terça-feira, 2 de setembro de 2014
Estrada da dor
Era dureza olhar a natureza me cercando e não saber para onde correr.
Sabe o que é? Tenho medo do acaso. Já faz tempo que não ligo o celular,
com medo de receber alguma coisa de alguém que me deixou para trás. Ando
numa estrada meio esburacada onde não há sinalização do outro lado,
salve-se quem puder. Os carros batem e eu fico ali, esperando a morte me
pegar de surpresa qualquer dia desses, mas a desgraçada olha na minha
cara e ri, avisando que não vai vir agora, só para me afundar mais ainda
nessa porcaria de vida. Mas tudo bem, se tem uma coisa que eu sei fazer
bem, é me afundar em alguma coisa. Que se dane os seus bons conselhos,
eles não servem. Para quem não tem mais paciência para ouvir sempre a
mesma coisa, conselhos são palavras em vão. Repetições fajutas
enfeitadas com ilusões e expectativas estúpidas. Não me vem com ideias
de prazer momentâneo. Ou vem para ajudar de forma sincera, ou me deixe
em paz
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