Eu sempre tento escrever sobre o que se passa na
minha cabeça ou em qualquer lugar perdido dentro de mim. Tento descrever
como minha vida anda e como ela, de alguma forma, me magoa. Eu nunca
fui bom em desvendar mistérios ou entender charadas, mas acredito que o
grande problema de tudo sou eu. Algumas pessoas logo pensam que não
tenho amor próprio ou que quero me diminuir, mas não é assim. Às vezes a
gente erra mesmo quando estamos certos, o que me faz bem pode fazer mal
para alguém. Se eu gosto de fulano e ele gosta de ciclano,
automaticamente alguém irá se ferir no enredo da história. E o meu
problema é esse: eu sempre opto por sofrer. Eu sempre me coloco no
escanteio e espero alguém lembrar de mim e me chutar para o gol, mas
ninguém nunca lembra, até que a partida acaba e alguns vão comemorar a
vitória, outros a derrota, e me esquecem ali num canto neutro sem
placar. Eu não consigo ser egoísta e engradecer minha existência para
ser notado, eu não sei arriscar, eu não sei jogar na sorte, sempre sou
racional e sinto com a cabeça. O coração é sempre o último a ser
consultado, e isso só ocorre quando não tem mais jeito. Eu canto derrota
antes do tempo e sempre aplaudo quem me vence. Eu sou, por opção, um
grande perdedor.
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