Ela possuia longos cabelos castanhos e vestia-se como uma rainha, ou
melhor, como a preciosa princesa imaculada da Pérsia. O rapaz
contemplava sua beleza a distância, enquanto ela se banhava no rio.
Então ele se aproximou e a disse:
_Annelise, aonde posso encontrar a chave para entrar em sua vida?
_As águas cristalinas deste rio irão dizê-lo!
_Como podem as águas falar ou dar sinais, minha princesa?
_Arthur,
nem o rio nem o mar podem falar, mas a natureza pode sim se comunicar! O
vento canta a sua canção, as folhas das árvores caem indicando que
estamos no outono, as estações se modificam e o tempo decompõe tudo. A
água dissolve tudo que permanece nela por muito tempo. Se puder me amar
pela minha alma e minha essência, então as águas do rio dissolverão a
nossa pele, mas nunca dissolverá o nosso amor. Porque o tempo passa e
envelhecemos, mas somente o verdadeiro amor permanece intacto e forte,
como grandes muralhas que não fraquejam com os ventos. Se realmente está
disposto a me amar então venha e me ame nestas belas águas cristalinas e
que aqui permaneçamos até que não nos reste mais corpo, mas sim duas
almas unidas pela eternidade! Caso seu amor não seja verdadeiro, se
entrar nestas águas elas o afogaram e você perderá o ar, ninguém poderá
salva-lo e você morrerá devido ao seu coração impuro.
O rapaz entrou
naquelas águas sem medo, pois a amava verdadeiramente. Ele a amou e ali
permaneceram até que não se pode mais suportar e seus corpos para o pó
voltaram, mas seu amor não se decompôs nem mesmo com a morte!
(SOBRE METÁFORAS)
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