Numa madrugada, a família Medley foi vítima de um assassinato horroroso,
membros e órgãos dos corpos jaziam lá expostos no chão encerado, frio e
úmido da casa dos Medley. Todos os corpos foram reconhecidos pela
perícia criminal e pelo médico legista, exceto o da pequena Zoe no
momento desaparecido e do Sr.Bill avô da Zoe, único sobrevivente ao
atentado. A causa do crime até então não tinha sido descoberta e durante
meses o Sr. Bill passara por uma série de tratamentos psicológicos
devido ao choque emocional do ocorrido, até o dia em que ele pode voltar
pra casa e terminar de viver os anos que lhe restam. O Sr. Bill passara
todo o dia arrumando a casa conformado, e certas vezes relembrando as
cenas do desastroso ocorrido da família. Na manhã seguinte, os vizinhos
reuniram-se e foram a casa do Sr.Bill dar-lhe as boas vindas
oferecendo-lhe um belo café da manhã que cada um deles contribuíra para
fazer, o sol já tinha dado as caras anunciando um belo dia, todos já
estão na porta da casa dos Medley e um deles bate na porta,
'toc toc toc'
'Senhor Bill, viemos dar-lhe boas vindas, aqui é o Norton da família Gregor, lembra-se de mim?'
'toc toc toc'
'Senhor Bill, o senhor está aí?... Sr.Bill?'
Os
vizinhos ficaram assustados por não terem resposta do Sr.Bill e
resolveram chamar a Polícia. Minutos após o chamado uma viatura policial
surgira da esquina e chegara à porta dos Medley onde a vizinhança
estava, da viatura saíram dois policiais, um aparentava ter 35 anos,
cabelo loiro e olhos negros, com uns 1,88m de altura, e outro era mais
baixo com uns 1,70m de altura, uma leve barriga, cabelos negros calvo e
olhos azuis, foram até o Norton que realizara a chamada deles,
'Você é o Sr.Norton?'- disse o policial barrigudo.
'Sim, sou eu Sr...?'-respondeu Norton.
'Padwe, Nicolas Padwe. Então, o Sr.Bill ainda não deu as caras?'
'Não policial, viemos dar-lhe as boas vindas pela volta dele a nossa vizinhança, mas ele não nos atendeu até agora.'
'OK, vamos lá Sam!' - disse o policial Padwe ao o policial loiro.
Foram até a porta dos Medley e a bateram com força,
'TOC TOC TOC'
'Sr.Bill, abra essa porta imediatamente! É a Polícia!' - Disse Sam o policial loiro.
E mais uma vez sem nenhuma resposta do interior da casa.
'No três!' - fala o Policial Padwe ao Sam.
'1..2..3!' - arrobaram a porta dos Medley.
Os
policiais adentraram na casa, e até então tudo estava nos conformes.
Vasculharam toda a casa até entrarem no banheiro da suíte, lá estava
ele, ou melhor, partes dele, pedaços deles dentro da banheira que
deixara de ter água à uma mistura homogênea com o sangue. Os policiais
estupefatos, ambos olham-se sem acreditar no que seus olhos esbugalhados
estão vendo, braços, pernas, tronco e cabeça espalhados banheira a
dentro, os olhos fora de órbita, agora boiam na água avermelhada da
banheira. Sam e Padwe saem espantados para fora da casa, fechando o
entorno dela e contactando seus amigos da perícia criminal. Os vizinhos,
todos curiosos perguntam o que houve com o Sr. Bill e ficam estupefatos
com a notícia vindo-lhes o déjà-vu. A perícia criminal chega ao local
do crime e fica claro que houve um assassinato nada escrupuloso ali,
porém sem nenhum tipo de rastros ou pista que levasse ao autor do crime,
exceto as gotas de sangue que seguiam um rastro até a porta do
banheiro e somem, o que resulta em absolutamente nada.
Os anos
correram, e o desastre da família Medley transformou-se em historinha de
terror. A casa dos Medley ficara posto à venda durante todo esses anos
até o momento que foi a leilão, um belo rapaz chamado Malcon, com
aparência de uns 30 anos, cabelos lisos negros em corte baixo, olhos
também escuros e 1,83 de altura, que mudara-se para a cidade devido ao
seu novo emprego arrematara o leilão. Dias passaram e o Malcon viera com
seus móveis e pertences para a sua nova casa, passara o dia pintando a
casa, logo após fazendo uma verdeira faxina e arrumando todos os seus
móveis e utensílios. Malcon já exausto da mudança resolve ir até a suíte
tomar uma boa ducha e ir dormir, caminhando até suíte ele gira a
maçaneta da porta e adentra o cômodo, caminha mais um pouco até onde
fica seu guarda-roupas para buscar uma toalha limpa. De passo em passo
até o guarda-roupas Malcon sente em seus pés uma madeira em falsa, pisa
novamente no local e curioso agachara ali mesmo e inspeciona, ele puxara
a madeira em falsa e encontra um livro encapado com couro, fica curioso
em abri-lo e ver o que tem escrito, mas a exaustão grita mais alto e
ele lança o livro sobre a cama. Com toalha em mãos ele vai até a
banheira, deita e liga a ducha , passa minutos ali com olhos fechados
saboreando o frescor da água, até que faz sua higiene completa e volta
para cama. Malcon pega o livro ainda curioso e percebe que o livro é uma
espécie de diário, ele abre-o e ver o nome Bill Medley no canto
inferior direito da primeira pagina do diário, já se passava da
meia-noite e a curiosidade do Malcon gritava, então ele decide lê-lo,
"Com imenso medo de surtar e morrer sem ninguém saber a verdadeira história da família Medley, resolvi escrever esse diário.
Tudo
começou quando minha pequena e linda netinha Zoe nasceu, desde
pequenina ela sempre foi muito travessa, com um aninho Zoe adorava pegar
as formigas que jazia pela casa e matá-las, todos da casa achavam
engraçado e riam com a Zoe, com quatro anos a Zoe vivia correndo atrás
dos gatos da vizinhança que entravam na nossa casa para vasculhar a lata
de lixo e puxava seus rabos praticando suas travessuras até que um dia,
a mãe da Zoe, minha querida filha Ginna, encontrara a Zoe de madrugada
no seu quarto, esquartejando um desses gatos com uma faca, toda
ensaguentada sorrindo como se estivesse brincando com bonecas. Desde
então a minha filha não nos deixara levar a Zoe à um médico, pois
dissera que ela não estava doente que só precisava de uma boa conversa.
Ela conversou com a Zoe e até os 9 anos a pequenina não praticou mais
nenhuma de suas atrocidades sem que nós ficássemos sabendo. Percebemos
que a Zoe estava bastante próxima do Bob nosso cão de estimação nas
últimas semanas, ninguém havia desconfiado de nada, exceto eu que
lembrara do pobre gato e resolvi rodeá-la,numa noite acordei para ir
beber um pouco d'água na cozinha, e decido ir até o quarto da Zoe,
caminho até lá, giro a maçaneta e não encontro-a lá, apenas uns papéis
sobre a sua cama, entro pego os papéis e visualizo-os com cuidado e
espanto vendo os esboços do corpo do Bob nos papéis. Corro aflito até o
quintal onde fica a casa do Bob, e deparo-me com a Zoe cavando o
sepulcro dele, e o Bob lá ao lado dela com seus membros desconfigurados,
eu fiquei ali, parado, estupefato, totalmente inerte sentindo minhas
lágrimas rolando meu rosto abaixo sem saber se era pela desastrosa morte
do Bob ou por lamento da Zoe.
Acordei, estava deitado sobre minha cama, a Ginna estava ao meu lado aguardando o meu despertar.
'Ginna querida, é triste, mas a Zoe precisa de tratamentos médicos querida, ela precisa!'
'Pai
me desculpe, mas a Zoe não é doente! - Ginna falou mais alto- Eu tentei
por bem conversar com ela anos atrás, e pela desobediência decidi
castiga-la Pai, ela está agora no porão presa à uma cadeira sem nenhuma
luz, agora sim ela vai por de uma vez na cabeça que fazer essas
atrocidades não é certo!'
'Tudo bem querida, não vou mais intervir na criação da tua filha, mas até quando pretende deixá-la presa lá no porão?'
'Amanhã
pai, amanhã minha mente estará livre desse stress que a Zoe me causou
hoje e tiro-a de lá, e deixo-a castigada no quarto. Boa noite pai.' -
Disse Ginna saindo do quarto.
'Tchau querida, boa noite.'
Todos já
estavam dormindo, assustados com o acontecido, exceto eu porque meu
sono havia sido dissipado com o choque, perdi a noção do tempo e o
silêncio já gritava naquela madrugada, de repente escuto uns gritos e
gemidos lá de baixo e levanto assustado da cama, pego meu querido e
velho facão que jazia a muito tempo ali debaixo do meu colchão e desço
as escadas com cuidado, ao pisar no último degrau, não consigo acreditar
no que vejo, todos da família havia sido assinado pela Zoe, no momento,
ela estava com a Ginna em mãos pronto para matá-la,
'Zoe filha, por
favor! Não faça isso querida! Sou sua mãe, aqui, sua mãe Zoe!!!' - Diz
Ginna ao mar de prantos engasgando-se com seu choro.
Zoe olha profundamente nos olhos da mãe sem emitir nenhum som e rasga-lhe a garganta sem escrúpulo algum.
Toda
a compaixão, todo o amor e humanidade que existia entre mim e a minha
netinha esvaiu-se naquele momento, corri gritando até Zoe, expulsando
todo o tipo de sentimento que havia dentro de mim e lancei meu facão
corneta na direção do seu pescoço descepando-a.
Fiquei exausto, cai
de joelhos no chão, mas por poucos minutos até eu cair na real e percebi
o que eu tinha feito, todos iriam acusar-me dessa chacina, eu tinha que
fazer algo. Fui até o quintal, estava muito nervoso, tremendo muito,
mal conseguindo pegar a pá para fazer a cova. Fiz uma cova bem funda,
peguei o corpo da Zoe, a cabeça, e o meu facão e joguei-os na cova,
enterrei tudo, limpei os vestígios de terra do meu corpo e voltei para o
local da chacina.
Escutei a sirene da polícia e fiquei ali no chão,
em transe, eles arrobaram a porta, gritaram comigo, parecia me fazer
perguntas, mas eu só rememorava a cena da Zoe, puxaram meus braços para
minha costas e senti o frio das algemas prendendo minhas mãos.
Acordei
num leito de hospital, e uma enfermeira pedira para eu permanecer
quieto que o médico viria até mim. Junto com a enfermeira, veio o Médico
e o Delegado, me fizeram perguntas, mas permaneci calado, então eles
desistiram e atualizaram-me com notícias, fui informado que foi
encontrada as digitais da sua Neta, Zoe Medley na faca encontrada na
cena do crime, a faca que cortou todos aqueles corpos, e eu só assenti
tudo o que eles disseram-me. Fiquei no hospital durante meses fazendo
tratamentos psiquiátricos, até ser liberado para voltar para casa e
estar aqui escrevendo nesse diário hoje.
Essa é a história da família Medley.
By: Bill Medley."
Ao
terminar de ler diário, completamente perplexo e estupefato com o que
leu, encontrou um recorte de jornal com a manchete DESAPARECIDA, e logo
em baixo, a foto da Zoe, uma garota de 9 anos ruiva, com olhos negros.
Malcon ainda sem acreditar no que leu, joga o diário para o outro lado e
vira-se até a escrivaninha para beber um pouco d'água, ele sente um
calafrio e lembra-se que deixou a janela aberta, quando ele vira-se e
levanta para fechar a janela ela vê Zoe dentro do seu quarto pelada e
suja com o facão corneta na mão. Ele esbugalha os olhos e só escuta o
tilintar do copo estraçalhando-se ao seus pés.
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