Todos os dias,
às seis da tarde, eu ponho o meu banquinho perto da janela e espero. As
seis e dois, exatamente, ele aparece, também com o seu banquinho, perto
da sua janela.
Ficamos
olhando um para o outro, em silêncio, durante uma hora, ao fim da qual
ele se levanta e desaparece na escuridão. Eu faço a mesma coisa, e o que
me conforta é a certeza de que no dia seguinte tudo se repetirá.
Minha
filha nos observa há anos — e nunca emitiu nenhuma opinião. Nunca nada a
favor, nunca nada contra. Gosto desse seu comportamento. Evita
constrangimentos e conversas desnecessárias.
Hoje, porém, fui obrigado a romper o silêncio:
— O desgraçado não está lá! — protestei. — O filho da mãe não veio! É a primeira vez que falta...
Para me tranquilizar, a voz até então desconhecida da minha filha:
Nenhum comentário:
Postar um comentário