terça-feira, 9 de dezembro de 2014
A verdadeira história da Alice
A história de Alice é, na realidade, triste.
Lembrem-se que os grandes contos de fadas são de outra época, a
realidade era diferente e os valores extremamente conservadores. Então,
ter uma filha esquizofrênica era considerado uma aberração, um crime. Os
pais de Alice decidiram deixa-la em um sanatório, e ela permanecia, na
maior parte do tempo, dopada. Quando não estava sob efeito de remédios,
era violentada pelos funcionários. A menina tinha apenas 11 anos. Cada
um dos personagens e objetos da história, tem a ver com um desejo ou
experiência de Alice. O buraco pelo qual ela entra no País das
Maravilhas, é, na verdade, uma janela de seu quarto, onde ficou presa
durante toda a vida, pela qual ela desejava sair e conhecer o mundo à
sua volta. O coelho branco, para ela, representava o tempo. Aquele tempo
que ela desejava que passasse logo, para que um dia ela pudesse sair
daquele lugar. O tempo que ela via passar tão rápido, porém tão lento… O
Chapeleiro Maluco, era outro interno, seu melhor amigo. Alguém que
deixava sua vida no hospital menos amargurada, com quem criava várias
teorias de como seria a vida lá fora. O rapaz, em realidade, sofria de
Síndrome Bipolar, por isso a personalidade do Chapeleiro na história, o
mostrava ora alegre, ora depressivo, ora calmo, ora irritado. A Lebre,
companheira do Chapeleiro, era a menina que dividia o quarto com ele.
Ela sofria de depressão profunda, e todas as vezes que Alice teve
contato com ela, encontrou-a num estado de terror e paranoia. O gato de
Cheshire: um dos enfermeiros, em quem Alice confiou, mas acabou por
enganá-la e violenta-la. O sorriso do gato, aquele que é tão marcado,
era na verdade o sorriso obscuro que seu agressor abria, cada vez que
lhe abusava, e a deixava jogada em um canto de sua acomodação,
derrotada, triste e ofuscada. A Rainha de Copas: a diretora do
sanatório. Uma mulher má e desprezível, que não sentia sequer um pingo
de compaixão para com os enfermos que estavam sob seus cuidados. Era a
favor da terapia de choque e da lobotomia, e por diversas vezes ordenava
que os funcionários espancassem, sedassem e prendessem em jaulas os
enfermos que apresentavam comportamento que não lhe agradavam. A Rainha
Branca: sua mãe, uma mulher nobre e terna, que sofreu na pele o
preconceito de ter uma filha doente, tendo que abandonar a menina em um
sanatório, e nunca mais voltar a vê-la. As vagas lembranças que Alice
possuía, era de momentos com sua mãe, e o motivo dela pensar que o mundo
fora dos muros do hospital era um lugar melhor, era saber que a mãe
estava lá, em algum lugar, para lhe cuidar. Os Naipes: enfermeiros do
hospital, apenas seguindo ordens o dia inteiro. A Lagarta Azul: sua
terapeuta, aquela que lhe dava as respostas, que lhe explicava o que
acontecia e com quem ela conversava. Tweedledum e Tweedledee: gêmeos
siameses órfãos, que também estavam no hospital. Embora não possuíssem
nenhum problema mental que justificasse sua internação, a aparência que
tinham era assustadora, por isso foram reclusos. O Rei de Copas: o
médico psiquiatra do hospital. Alguém com complexo de inferioridade, que
era incapaz de se opor às ordens da diretora. Os frascos “Coma-me” e
“Beba-me”: as drogas que lhe davam. Por serem extremamente fortes, por
várias vezes Alice tinha sensações diferentes e alucinações, bem como se
tivesse encolhido ou aumentado de tamanho.
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