quarta-feira, 24 de junho de 2015

Querido diário

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Você faz falta.
Você deveria estar aqui.
Por que precisou ir?
Você faz falta quando não tenho ninguém pra me chamar de mozão o tempo todo
Faz falta quando quero mandar aquela música nova, mas não posso.
Faz falta com seu abraço, que era o melhor lugar do mundo.
Faz falta até de discutir coisa boba, e 10 minutos depois nem lembrarmos mais o que era.
Aquele nosso desenho preferido ficou sem graça sem você pra falar deles.
Você faz falta porque os dias são diferentes sem você.
Dias cinzas.
A gente tem que fazer nossa ausência ser sentida às vezes.
Mas… saudade só é bom quando você sabe que vai ver de novo.
Saudade sem retorno é tortura.
Quando me perguntou se eu sentia saudade, menti.
Disse que não. Mas sinto um pouco.
Disse que “um pouco”, mas é “um pouco o tempo todo, toda hora”.
E só quando você voltar isso vai passar, você sabe.
Me pergunto se você também sente saudades assim.
E por que nunca me disse?
Você sempre foi orgulhosa, eu também. Pro nosso azar.

Aliás, esquece tudo o que você leu antes.
Pensando bem, percebi que saudade do passado é besteira. Não dá pra voltar pra lá, afinal.
Não quero ter nostalgia do que já passou se o mais importante é o hoje.
O que ainda virá.
Minha maior maior saudade é do que não aconteceu.
Saudade do que poderia ter sido! Do que deveria ter acontecido!
Saudade de uma vida que a gente não estivesse longe.
De uma vida que tudo tivesse dado certo pra gente. Que todos os nossos planos teriam acontecido.
E que ainda estivéssemos fazendo planos e mais planos.
Saudade das mensagens que ainda não recebi. E nem vou.
Saudade de um futuro que a gente estivesse juntos.
Que fosse minha a mão que você estivesse segurando na fila do cinema. Que fosse eu deitado do seu lado.
Mas principalmente, saudade de não precisar escrever essas coisas.
Saudade do que eu não vi.
Saudade do que não aconteceu.
Saudade do que não vivemos.
Saudade da gente.
– Daí no final do texto você fala pra ela que só lembrei disso tudo porque ouvi essa maldita música da banda malta e tudo voltou como um flashback inevitável. Quando me dei conta já tava lembrando de tudo e não tinha como parar.
– Putz, entendi. Como se fosse um pesadelo, né?
– Não, cara… pior que não. É sempre bom lembrar dela.

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