O cruzador "Vimiravayu" emergiu da sombra de uma imensa lua e entrou em
órbita do terceiro planeta. De pé na ponte de comando, o comandante
Muhara apreciava a visão da curvatura azul e branca que se estendia na
tela frontal, quando teve a atenção desviada pelo Nart que lhe servia
como oficial de ciências:
- Varredura iniciada, comandante Muhara.
- Prossiga - respondeu.
- Estamos detectando grandes formas de vida. Na superfície, sob as águas e nos ares.
- Algum indício de atividade tecnológica?
- Nada por enquanto. Também não captamos nenhum tipo conhecido de telecomunicação...
-
Parece ser um excelente candidato para colonização - ponderou Muhara. -
E ainda temos o segundo planeta, que podemos terraformar.
- Sim, comandante.
O "Vimiravayu" completou sua primeira órbita em torno do planeta quando o oficial de ciências tornou a chamar o comandante:
- Comandante Muhara, detectei atividade tecnológica no continente abaixo de nós!
- Que espécie de atividade?
-
É um ponto bem pequeno, onde há uma fonte de energia desconhecida e
manufaturados. Não posso ser mais específico por conta da distância.
- Seria uma nave espacial?
- Difícil dizer, senhor. Aparentemente, não.
- Prepare uma equipe e desça para ver do que se trata.
- Sim senhor.
O
Nart saiu da ponte de comando e foi reunir um grupo de descida.
Instantes depois, acompanhado de uma técnica Nart e dois guardas Uajig
armados até os dentes, embarcou num módulo de pouso. O pequeno veículo
atravessou a atmosfera densa do planeta e minutos depois, sobrevoou o
ponto detectado em órbita. Estava localizado bem na fronteira entre uma
vasta floresta com árvores milenares e uma extensa savana onde viam-se
imensas manadas de herbívoros de grande porte.
- Me diga que eu não estou vendo o que eu estou vendo - disse a técnica, que pilotava o módulo.
- Eu estou vendo a mesma coisa - respondeu o oficial de ciências.
Abaixo
deles, um chalé inglês de dois andares, cercado por um gramado
deslumbrante e uma cerca baixa caiada de branco, erguia-se próximo a
manadas de auroques, rinocerontes lanudos e mamutes, que pastavam
pacificamente sem lhe dar a menor importância. Enquanto pairavam
silenciosamente, a 100 m de altura, a porta da frente do chalé abriu-se.
Um homem apareceu, e acenou para eles.
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