Pedro e Carlos estavam fazendo uma viagem de carro até à casa de seus
parentes. Estavam na estrada a mais de duas horas e nada de encontrar um
rastro de civilização. Queriam encontrar qualquer pessoa para pedir
informação, mas não havia ninguém naquele fim de mundo. Estavam perdidos
em um lugar deserto e isolado. Já estavam perdendo as esperanças
quando encontraram um estranho velho andando em uma bicicleta. O
velhinho estava vestido com camisa social branca, paletó preto e calça.
Usava também um chapéu velho.
Pedro e Carlos tentaram parar o
velho, mas assim que o sujeito viu os dois no carro pedalou à bicicleta
rapidamente e entrou no meio do mato. Os jovens foram insistentes e
decidiram seguir o idoso. Aceleraram o carro e entraram no matagal.
Viram o assustado velhinho entrando com à bicicleta dentro de uma
caverna. Pedro e Carlos se olharam e acharam aquilo tudo muito bizarro,
mas resolveram seguir o estranho homem e entrar na caverna. Sairam do
carro e logo entraram na caverna andando. Chamaram pelo velho e diziam
que estavam querendo apenas informação, mas ninguém respondeu. Sentiram
um estranho cheiro de enxofre dentro da caverna, mas não deram
importância, continuaram andando. Depois de caminharem um bom tempo,
acabaram encontrando no final da caverna um enorme e antigo baú.
Pedro
e Carlos resolveram abrir o baú. Pegaram uma enorme pedra e conseguirem
com esforço quebrar o velho cadeado. Quando abriram o baú ficaram
surpresos e boquiabertos com o que viram. Ele estava cheio de dinheiro.
Havia apenas notas azuis, notas de cem reais. Era tanto dinheiro que
Carlos acreditava que havia mais de cem milhões. Pedro sorriu de uma
orelha a outra. Começou a fazer planos, começou a sonhar. Dizia que iria
comprar uma mansão e um carro novo. Dizia que iria construir até mesmo
uma piscina de quinhentos metros e até mesmo uma lancha. Carlos não
gostou muito da ideia e lembrou que o dinheiro pertencia aos dois. Pedro
não gostou daquilo. Disse que se não fosse por ele não teriam
encontrado o dinheiro.
Então, naquele momento, um ficou com raiva do
outro, um achava que tinha mais direito que o outro. Pedro ficou tão
possesso que acabou pulando no pescoço do amigo e começou a enforca-lo
com as duas mãos. Carlos não conseguia respirar, sentia o ar sair aos
poucos de seus pulmões. Tentou segurar em algum objeto para se defender,
mas não conseguiu. Pedro viu uma enorme pedra e logo a pegou, e com
ímpeto lançou o objeto na cabeça do amigo. O crânio de Carlos foi
esmagado e logo o sangue do pobre coitado espalhou-se pelo chão frio.
Pedro
sorriu de uma orelha a outra. Tinha o baú de dinheiro agora só para
ele. Entretanto, precisava ser rápido, precisava logo sair daquela
caverna e ir embora para não ser descoberto.
Então, sem demora, Pedro
pegou o baú e arrastou o pesado objeto para fora da caverna. Quando
saiu da caverna dirigiu-se até o carro, abriu o porta-malas e colocou o
baú ali. Entrou no veículo e foi embora daquele lugar sem olhar para
trás. Nem mais lembrava-se do amigo morto.
De certo modo, o assassino
estava feliz. Tinha se livrado de Carlos e agora tinha o dinheiro só
para ele. Era só isso que lhe interessava. Depois de andar bastante pela
estrada, Pedro parou o carro em um hotel barato de beira de estrada.
Estava tão contente com o dinheiro que só pensava em descansar. Sem
demora tirou o baú do porta-malas e o arrastou por dentro do hotel.
Disse ao dono do estabelecimento que aquilo tudo eram suas roupas. O
dono do lugar ficou desconfiado, mas não fez perguntas. O novo
milionário logo pagou ao homem e foi para o seu quarto.
Quando chegou
lá, tirou o seu casaco e sua roupa em estado de euforia. Mal podia
acreditar na sua sorte. Agora ele era um homem rico. Estava tão feliz
que decidiu abrir o baú para dar mais uma olhadinha no dinheiro. Quando
Pedro abriu o velho baú ele ficou gelado. Seu coração batia acelerado e
suas mãos tremiam sem parar. Teve uma horrivel surpresa. Era o cadáver
de Carlos banhado de sangue e com à cabeça deformada. O dinheiro não
estava lá, havia sumido. Pedro ficou horrorizado com o cadáver do amigo e
se encolheu chorando em um canto do quarto, totalmente assustado, já
beirando a loucura. De repente, à porta do quarto abriu-se. Era o velho
de paletó e chapéu negro que ele tinha visto entrar na caverna.
O
velho aproximou-se de Pedro sorrindo. Veio para a luz e o assustado
homem viu que os olhos do velho eram totalmente negros. Seus dentes eram
pontudos e saltados para fora da boca. Pedro ficou abismado com a
figura. Estava tomado pelo medo e pavor, e perguntava a si quem era
aquele velho.
O bizarro idoso sorria sem parar. Pedro colocou a mão no ouvido tentando não escutar aquela risada satânica, mas não adiantou.
O
velho apenas disse que veio buscar o baú. Pedro já perdendo a sanidade e
a razão perguntou quem era o velho. O idoso colocou a mão no chapéu e o
tirou. O assassino arrependido viu que na testa do velho existia uma
tatuagem, eram números. Não conseguiu ver. Mas quando o diabólico ser
aproximou-se dele, o jovem infeliz viu que os números eram 666.
Pedro
entrou em surto e nunca mais recuperou a razão. Morreu louco e sozinho
naquele velho quarto de hotel. Soltou o seu ultimo grito de horror e
pavor, e desejou no fundo do seu coração nunca ter encontrado aquele
sinistro baú.
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