sábado, 17 de agosto de 2013

Doce liberdade - Parte 1

- “... Ela se jogou da janela do 5º andar...”

Aprendi com meus pais a ouvir e gostar de músicas antigas. Eu curto Legião Urbana, acho Renato Russo muito maneiro. Mas... Por que ela se jogou da janela? Moro no mesmo andar que ela...
Tenho dezessete anos, mas não sou como as meninas da minha idade. Acho que sou intelectual demais pra elas. Na verdade, não tenho muitos amigos. Talvez porque eu não seja amigável. Talvez? É. Não sou.
Rosangela é uma garota que posso considerar uma amiga. Ela é meio idiota, mas gosto dela... Nossa! Por que uma garota se jogaria do quinto andar?!
Não sou muito de sair, prefiro ficar em casa lendo um bom livro, mas uma noite dessas, Rosangela me convenceu a ir a uma festa promovida por universitários e um garoto me ofereceu um baseado.
- Não, obrigada.
- Careta.
O garoto saiu andando e oferecendo o baseado para todas as garotas da festa. Que estupidez!
Outro garoto se aproximou de mim.
- Oi.
- Oi.
- Estava observando você.
- Hmm.
- Meu nome é Carlos Augusto, mas todos me chamam de Carlinhos.
- Legal.
- Não vai me dizer o seu nome?
- Não.
Carlinhos é um garoto bonito, simpático até. Vinte e três anos, cursando Direito na UFRJ, bom papo, inteligente. Ele conseguiu me convencer a lhe dizer meu nome e desde então, temos saído juntos.
Carlinhos insistiu em conhecer minha família. Não vi nada demais nisso e então, numa noite, ele foi jantar conosco. Meus pais estavam encantados com ele.
- Vocês estão namorando?
- Sim.
- Não.
Meu pai havia feito essa pergunta do nada. O assunto nem era esse. E por que Carlinhos achava que estávamos namorando? Todos ficaram me olhando.
- O que é? – Perguntei meio irritada.
Para a minha sorte, minha mãe mudou o assunto. Após o jantar e mais um pouco de conversa, Carlinhos se despediu de meus pais e eu desci com ele até a entrada do prédio.
- Por que você disse que estamos namorando?
- E não estamos?
- Claro que não! Nem nos beijamos ainda!
- Podemos resolver esse problema agora mesmo.
Carlinhos me beijou. Era meu primeiro beijo... Na boca.
- E agora? Estamos namorando?
- Não.
- Ah, entendi! Você é daquelas garotas românticas e está esperando um pedido formal.
Eu, romântica?! Pedido formal?!
- Renata, você quer namorar comigo?
- Não.
- Por que não? Estou muito a fim de você, gata.
- Mas eu não. Sou muito nova para namorar.
- Você está na idade certa para namorar. E eu confesso que estou louco por você. Por favor, Renata! Vamos tentar!
Bem, eu aceitei o pedido formal. Só não sei por que.
Quando entrei em casa, meus pais estavam me esperando na sala e pareciam muito ansiosos.
- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, tentando adivinhar o que eles estavam pensando.
- É isso o que nós queremos saber.
- O que exatamente vocês querem saber?
- Você e Carlinhos se acertaram? Ele é um ótimo partido.
- Ah, mãe! Por favor!
Saí andando para o meu quarto e seguida por minha mãe, que não parava de falar de Carlinhos e de como ele era um ótimo partido. Deixei-a falar, até o momento em que não a ouvi mais.
Carlinhos e eu estávamos namorando há dois meses. Um dia, na escola, Rosangela me convidou para ir a outra festa.
- Bom dia, Renatinha!
- Bom dia por quê?
Rosangela sempre ria de tudo e de nada.
- Quer ir a uma festa no sábado?
- Outra festa daquelas?
- Não, não! Essa é bem diferente.
Rosangela deu um sorriso sinistro. Acho que ela estava tentando parecer misteriosa.
- Depois da aula te conto.
Após a aula, Rosangela foi para a minha casa, tínhamos um trabalho de Química para entregar no dia seguinte. Almoçamos e fomos para o meu quarto.
- Sábado é aniversário de uma amiga minha e ela vai comemorar em um bar na Lapa. Já conheço o bar, é maneiro. Quer ir?
- Na Lapa? Rosangela, a Lapa fica do outro lado do mundo.
- Ah, pára com isso, Renatinha! É logo ali e vamos de carro.
- De carro com quem?
- Com essa minha amiga. Ela é de boa.
- De boa. Certo.
- Vamos?
- Acho que meus pais não vão me deixar ir.
- Eles não precisam saber que nós vamos ao bar, você e eu temos muitos trabalhos para fazer e...
Rosangela fez um biquinho nojento.
- Você está sugerindo que eu minta para os meus pais?
- Uma mentirinha boba. Não pega nada.
- Se eu disser que vou com Carlinhos, talvez eles me deixem ir.
- Não! Carlinhos não pode ir de jeito nenhum!
- Por que não?
- Se você for, quando chegar lá, vai entender por que. Pare de ser chata, Renatinha! Quer ir ou não?

 

A mentira para meus pais colou. Eu estava na casa de Rosangela, quando a amiga dela chegou para nos buscar. A garota parecia um garoto. Rosangela nos apresentou.
No carro, a caminho da Lapa, Rosangela e Mari ficavam se tocando. Mãos nas mãos, mãos no pescoço, um beijo rápido enquanto o sinal estava fechado... Entendi tudo.
Quando chegamos ao bar, achei estranho ninguém pedir nossos documentos, afinal, éramos menores de idade. Rosangela cumprimentou várias meninas. Só havia meninas naquele bar. Se é que posso chamá-las de “meninas”. Rosangela estava bem à vontade. Eu não.
Eu permaneci sentada todo o tempo. Não conhecia ninguém e aquele ambiente... Até que, uma mulher chegou e cumprimentou a aniversariante e a todas que estavam à mesa. Inclusive eu. Ela me beijou no rosto e sentou-se à minha frente. Mulher cheirosa... Perfume masculino... Sorriso encantador. Mas o que eu estou dizendo? Pensando?
Às vezes, ela me dava um olhar... Não sei... Profundo. Eu me senti invadida, sei lá.
- Rosangela, onde é o banheiro?
- Vou junto com você.
No banheiro, Rosangela me interrogou.
- E aí? Você suspeitava sobre mim? Está chocada? Decepcionada? Surpresa?
- Não. Não. Não. Sim.
Ela riu. Como sempre.
- Você é tão engraçada, Renatinha!
Voltamos para a mesa e Mari estava conversando com uma garota. Rosangela ficou furiosa e partiu para cima da menina, sendo segurada por Mari. Confesso que fiquei assustada, nunca tinha visto Rosangela assim. Ela esbravejava, se debatia, parecia possuída por um demônio. E a garota que estava sendo ameaçada por Rosangela, parecia estar se divertindo com a situação.
Felizmente, alguém interferiu. A mulher cheirosa que me olhava profundamente, conseguiu convencer a garota a sair dali, acompanhando-a até outra mesa. Então, Rosangela começou a gritar com Mari e a esbofeteou. Caraca! Que tenso!
Mari me pareceu ser paciente e acalmou Rosangela, abraçando-a. A mulher voltou para a mesa e num gesto de carinho, passou a mão na cabeça de Rosangela.
- Está mais calma?
- Sim. Desculpe-me, mas eu não consigo...
Rosangela começou a chorar e ficava se desculpando com todas. Impressionante como não conhecemos as pessoas verdadeiramente. São as tais chamadas máscaras?
Uma banda começou a tocar e todas as meninas da mesa foram para perto do palco. Eu fiquei ali, sozinha, entediada. Peguei meu celular e entrei na internet. Pensei em ler algum livro, mas pelo celular era difícil e a conexão não estava ajudando. Distraída, não percebi a aproximação dela.
- Você não vai dançar?
Ela se sentou ao meu lado e colocou o braço no encosto da cadeira onde eu me sentava.
- Não.
- Não gosta ou não sabe?
- Não quero.
Ela sorriu.
- Nunca te vi por aqui.
- É. Talvez seja porque eu nunca tenha vindo.
Ela sorriu novamente.
- Você é amiga da Mari?
- Não.
- Veio com quem?
- Com Mari e Rosangela.
- Ah, certo. Então você é amiga de Rosangela.
- É.
- Não sei o seu nome.
- Tudo bem. Também não sei o seu.
- Ok!
Ela se levantou e foi se juntar às amigas, perto do palco.
Minutos depois, a banda começou a tocar Legião Urbana. Dessa vez eu tive que me render aos apelos. Eles realmente me queriam lá, queriam mesmo.
“...Me diz, porque que o céu é azul, explica a grande fúria do mundo...”
“Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você. Não é me dominando assim, que você vai me entender...”
“Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo, temos todo tempo do mundo...”

Após cantarem, a banda fez um intervalo e se retirou do palco. Voltei para a mesa juntamente com Rosangela e Mari. Pedi um refrigerante ao garçom e me sentei.
- Enfim, algo te agradou esta noite.
Era ela novamente.
- Gosta de Legião. Eu também curto muito. Minha preferida é “Há Tempos”. E a sua?
- Gosto de todas.
- Do que mais você gosta?
- Por que está tentando me conhecer?
- Por que está tentando parecer desagradável?
- Estou?
- Sim, está.
Ficamos nos olhando por alguns segundos e ela interrompeu.
- Só estou querendo conversar, passar o tempo. Se quiser, posso me retirar.
- Por favor. Obrigada.
Ela se levantou e sentou-se ao lado de Mari e de Rosangela. De vez em quando, ela me olhava e sorria. Isso era incômodo. Será que ela estava pensando que eu fazia parte desse negócio?
Um bolo foi deixado na mesa e cantaram parabéns para Mari. Abraços, beijos, o primeiro pedaço do bolo...
- Pra você, meu amorzinho!
Ela entregou o bolo para Rosangela e elas se beijaram na boca. Legal.
A banda voltou e lá se foram elas. Uma música me chamou a atenção e eu também fui. “Hotel California – Eagles”.
Rosangela e Mari dançavam coladinhas e outros casais também. Ou eu deveria dizer “outras casais”?! Alguém pegou em minha mão e me puxou, me colocando à sua frente e me abraçando... Não era bem um abraço, ela estava dançando comigo.
- Por favor, me solte. Não quero dançar.
A garota me ignorou e me apertou, impedindo que eu me soltasse dela. Eu tentei me livrar daquela maluca, mas ela era tão forte e estava me machucando.
- Por favor, me solte!
Ela continuava e eu a empurrava, em vão.
- Dóris, a garota está comigo.
- Opa! Desculpe aí chefia!
A garota me soltou e eu voltei a respirar.
- Você está bem?
- Estou. Obrigada.
- Quer continuar aqui ou prefere voltar para a mesa?
- Prefiro voltar.
Ela me acompanhou e eu sentei.
- Renata.
- Como?!
- Meu nome é Renata.
Ela sorriu.
- Fabiana. Prazer em conhecê-la, Renata.
- Obrigada. Eu não sei como lidar com essas coisas.
- Que tipo de coisas você se refere?
- Isso que aconteceu. A mulher me agarrando e me forçando a dançar. Isso foi... Constrangedor. Para não dizer assustador.
- Dóris é meio maluquinha, mas é gente boa.
- Meio? Você está sendo gentil, não está?
Ela riu. Uma risada tão espontânea, tão gostosa de ouvir.
- Você tem razão. Dóris é completamente pirada. Mas ainda assim, é gente boa.
Fiquei sem saber o que falar. Na verdade, eu não tinha nada para falar.
Fabiana ficou me olhando daquele jeito. Caraca! Eu estava começando a me sentir desnuda. Desnuda de minha alma.
- Vamos embora, Renatinha?
Nunca fiquei tão feliz em ouvir a voz de Rosangela falando meu nome no diminutivo.
Levantei-me e, quando ia sair, Fabiana me segurou pelo braço.
- Espere! Quando nos veremos novamente?
- Não nos veremos.
Ela pareceu decepcionada, mas não disse nada e soltou meu braço. Mari tinha ido pagar a conta e assim que ela voltou, fomos embora.
Quando chegamos à casa de Rosangela, tive que esperar no carro, até que elas se despedissem com beijos e mais beijos na boca.
Depois do banho, nos deitamos.
- O que achou da noite? Diferente, não foi?
- Bem diferente.
- Você se interessou por alguma menina?
- Claro que não!
- E Fabi?
- O que tem ela?
- Não vai me dizer que você não reparou nela. Ela é linda, charmosa, educada, gentil... Tudo de bom!
- Deixa Mari te ouvir falando assim.
Ela gargalhou.
- Amanhã... Hoje... Já passou da meia noite, né amiga? Vamos ao bar à tarde. Você vai querer ir?
- Não. Rosangela, quem era aquela garota que você queria matar?
- Aquela vadia! É a ex de Mari. Eu a odeio!
- Por que a odeia?
- Porque ela sempre faz de tudo para me provocar. Ela já tentou nos separar várias vezes, inventando coisas sobre Mari e sobre mim. Eu não a suporto! Por mim, ela pode morrer.
Rosangela me contou as barbaridades que a tal garota havia feito. Nem tão barbaridades assim, mas...
- Boa noite, Renatinha.
- Boa noite.
No dia seguinte, logo depois do café da manhã, fui para casa.
- Bom dia, minha filha! Como foi o trabalho? Conseguiram terminar?
- Sim.
- Você já tomou o café da manhã?
- Já.
- Ótimo! Daqui a pouco o almoço estará pronto.
- Precisa de ajuda?
- Não, obrigada.
- Então vou para o meu quarto.
Logo que entrei em meu quarto, liguei meu notebook e entrei na internet. Vi e.mails, abri o site onde leio livros e entrei nas redes sociais onde faço parte. Em uma delas, havia um convite de adicionamento.
- Fabiana?!
Antes de aceitar, pesquisei o perfil dela. Vi fotos e algumas postagens que estavam visíveis. Bom, ela parecia ser inofensiva e aceitei. Imediatamente, recebi uma mensagem.
- Bom dia, Renata! Obrigada por me aceitar e seja bem vinda!
Olhei, pensei, olhei novamente e respondi.
- Bom dia. Obrigada.
- Dormiu bem?
- Sim.
- Eu também. Sonhei com você.
Esse papo de “sonhei com você” é só para ter a minha atenção. É sempre assim.
- Renata?! Você ainda está aí?
- Estou.
- Você leu que eu sonhei com você?
- Sim.
- E não está curiosa em saber como foi o sonho?
- Não.
Pela mensagem enviada, acho que ela estava sorrindo.
- Você continua.
- Continuo o que?
- Tentando parecer desagradável.
- Você me deixa frustrada.
- Por que frustrada?
- Porque eu faço um esforço enorme para que percebam o quanto sou desagradável e você diz que estou tentando?
Acho que dessa vez ela gargalhou. De repente, “silêncio”. Ela parou de escrever por 6 minutos.
- Eu beijei sua boca.
- ???
- No sonho, eu beijei sua boca.
- Sonhar não é proibido e ainda não se paga impostos.
- Sonhar não é proibido, é verdade. E beijar sua boca? É?
- Não. Meu namorado sempre beija minha boca.
- Deixe que ele aproveite disso enquanto pode.
- ???
- Bom domingo pra você. Até logo, Renata.
Ela saiu?! O que ela quis dizer com “Deixe que ele aproveite disso enquanto pode.”?
Fui ver as fotos dela. Agora havia mais álbuns abertos. Alta, morena, cabelos curtos, olhos verdes, malhada. Em todas as fotos ela está sorrindo... Aquele sorriso espontâneo e encantador. Ela é bonita. Muito bonita.
Saí da rede social e fui ler meu livro. Meia hora depois, alguém chegou por trás e tapou meus olhos com as mãos.
- Oi, Carlinhos.
- Oi, meu anjo. - Disse ele, me virando e me dando um beijo na boca.
Lembrei-me do que Fabiana falou. “Deixe que ele aproveite disso enquanto pode.”
- O que está fazendo aqui?
- Sua mãe me convidou para almoçar. Não está feliz em me ver?
- Não é isso, eu só não te esperava tão cedo.
Ele ficou me olhando.
- Você está bem?
- Estou. Por que pergunta?
- Você está com olheiras, parece não ter dormido bem.
- Dormi tarde e acordei cedo. Mas estou bem.
Desliguei o notebook para dar atenção a ele.
- Vamos para a cozinha, vou ver se minha mãe precisa de ajuda.
Ele me abraçou.
- Vamos ficar um pouco mais aqui. Quero beijar minha namorada linda.
Ele foi me levando para a cama e me deitou, deitando-se sobre mim. De repente, senti uma de suas mãos alisando minha coxa.
- Carlinhos...
- Hmm! Que pele macia você tem.
E me beijou de novo. Sua mão não parava quieta. Passava pela minha perna e subiu, tocando meu seio e depois minhas nádegas. Isso estava me incomodando.
- Pare! - Eu o empurrei. - Você ficou louco? Meus pais podem entrar e nos vir assim.
- Desculpe. Você está certa. Depois do almoço vamos para a minha casa.
- Eu não vou para a sua casa.
- Renata, eu preciso tocar você, te beijar, te abraçar. Que tipo de namoro é esse que nunca ficamos juntos?
- Um namoro normal. Ainda estamos nos conhecendo.
- Depois de dois meses ainda estamos nos conhecendo? Ah, por favor, Renata! Esse namoro está parecendo com o tempo de meus bisavós. Ridículo.
- Ridículo? Se você acha isso, então, podemos terminar agora.
Ele me puxou e me apertou contra a porta.
- Eu sou louco por você! Eu estou muito apaixonado, Renata. Nunca senti isso por nenhuma garota. Eu só quero...
Ele começou a beijar meu pescoço, minha boca e passar as mãos em meu corpo. Eu não o estava reconhecendo, Carlinhos estava descontrolado.
- Pare com isso! O que deu em você? Nunca me tratou assim.
- Eu já disse, preciso sentir você, preciso ter você.
O que ele estava querendo dizer com isso?
- Renata, eu não quero te forçar a nada, mas já passou do tempo.
- Passou do tempo de que?
- De transarmos. Eu quero você.
Ele realmente estava louco.
- Por favor, Renata! Vamos para a minha casa, eu prometo que não farei nada se você não quiser. Por favor!
- Não me sinto pronta ainda.
- Eu farei com que fique, garanto.
- Não quero.
- Não quer? Você sabe quantas garotas estão a fim de mim? Sabia que é só eu estalar os dedos e todas farão o que eu quiser?
- Faça isso então.
- Posso ter qualquer mulher, quantas eu quiser.
- Já disse. Faça isso.
- Mas eu quero você, só você.
- Se me quer mesmo, terá que esperar.
Abri a porta e fui para a cozinha. Minha mãe pediu que eu arrumasse a mesa. Carlinhos sentou-se na sala e começou a conversar com meu pai.
Depois do almoço, Carlinhos insistiu que eu fosse para a casa dele. Eu me recusei. Irritado, ele foi embora.
Lavei a louça do almoço e fui para o meu quarto. Minha mãe entrou.
- Você e Carlinhos brigaram?
- Não.
- Ele parecia nervoso. Nem quis ficar com você hoje.
- Ele está cansado, só isso.
Minha mãe se sentou na cama.
- Filha, precisamos conversar sobre um assunto delicado, mas necessário.
- Pode falar mãe.
- Você e Carlinhos já transaram?
Que droga! Será que hoje é o dia do sexo e eu não to sabendo?
- Não.
- Ótimo. Muito bom. Mas, se isso acontecer, você sabe que deve se prevenir e...
- Já sei mãe. Se eu transar, vou usar camisinha, não se preocupe.
- Ótimo. Muito bom.
Minha mãe me deu um beijo no rosto e saiu. Liguei meu mp3 e ouvi minhas músicas. Beatles, Eagles, Pink Floyd, Black Sabbath, Rita Lee, Capital Inicial e claro, Legião Urbana.

 
CONTINUA...
 

 
Qualquer semelhança com nomes e acontecimentos, terá sido mera coincidência. Não são fatos reais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário