quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Pensamentos autorais

Eu te cacei no lado mais escuro das minhas fantasias. No ato mais peculiar do meu pecado. Eu te busquei no silêncio mais ensurdecedor das minhas madrugadas. Te procurei nas entrelinhas dos meus desabafos. Te escrevi cartas e as reli para as paredes da minha casa, como se elas fossem você — ou como se fossem te contar o que te escrevi. Eu desenhei o teu rosto com toda a autenticidade que minhas memórias dispuseram. Eu pronunciei o teu nome no escuro do meu quarto, na quentura do meu travesseiro, com lágrimas escorrendo em meu rosto. Eu chorei tentando desvendar teu toque, adivinhar teu cheiro e sentir teu beijo. Eu matei mil sonhos para viver um ao seu lado e morri por medo da devastação que a realidade me sucumbiu. Eu me desesperei em cada grito de insatisfação por te ter tão longe, mas te amei em cada silêncio que dediquei a tua desistência. Eu te entreguei cada molécula que forma meu corpo e em troca recebi o vácuo da tua ausência.

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