sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Arterror episódio 2- Demônio do medo


 
 Figueiredo acabara de acordar de uma ressaca odiosa, o travesseiro babado melava seu rosto com a barba por fazer e uma sede incomum invadia sua garganta. Olhou para o celular, já era tarde e tinha 16 chamadas não atendidas.
 Correu para o chuveiro, tomou um banho, escovou os dentes, bebeu um litro de refrigerante e novamente escutou o celular vibrar, desta vez estava apto para atender:
 — Alô...
 — Deus do céu, Figueiredo! Estou te ligando desde as sete da manhã! O que diabos houve com você, homem?
 — Noite ruim, Wesley... Acho que abusei das tequilas no Bar do Armando...
 — Pois pegue um casaco e venha até o quilometro 43, pare na porta da fazenda três corações e entre. Encontramos um corpo aqui! Cara, você precisa ver isto...
 Figueiredo apreensivo pegou a maquina fotográfica e uma jaqueta de frio. Desceu, as escadas do prédio curto, foi ao estacionamento, entrou no carro e dirigiu para o local indicado.

 Estacionou o carro na entrada da fazenda, ao lado de muitos outros da policia que lá estavam. Acendeu o cigarro fedorento e baforou no ar frio, pronto para ver o que tanto espantou Wesley. Chegou até a multidão de profissionais que rodeavam a cena do crime, abriu espaço dentre o emaranhado de curiosos. Marcos, um jovem fotografo que ele bem conhecia, estava tirando as fotos da cena do crime, ele o olhou com rancor e se voltou a Wesley:
 — Qualé, cara – Disse-lhe Wesley – Ele esta aqui desde as 8hs da manhã... Eu te liguei às 7hs, você não atendeu e o investigador Sérgio pediu pra chamar o rapaz.
 Não se pode reinar para sempre e ele sabia disto. Se voltou a cena do crime, então viu a dimensão do horror.
 Uma moça ruiva, com os cabelos intensamente vermelhos, e o rosto pálido. Tinha pequenas dilacerações pelo corpo, o seio esquerdo estava para fora da camisola rasgada. Os braços abertos e os pulsos amarrados entre duas arvores, sustentando seu corpo bonito.

 Estava sentada com as pernas cruzadas no meio de um lençol xadrez de branco e vermelho. A sua frente, uma cesta de piquenique e frutas frescas ao chão, o dedo médio decepado, os cabelos avermelhados muito bem cuidado, com flores enfeitando as grandes arvores...
 Figueiredo arrancou sua maquina da bolsa e começou a fotografar, percebia detalhes incríveis na cena do crime... A morta mesmo com profundos e limpos cortes em todo o corpo, estava toda maquiada e com ar suave. O assassino a colocou em uma posição que mais parecia uma pose... Alguns insetos a devoraram, os mesmos eram espantados pelos legistas. Figueiredo clicava em cada detalhe, chocado com o horror, mas admirado com o talento insano do assassino.

 Os policiais abriram espaço para os legistas levarem o cadáver. Foi então que Figueiredo viu três idosos sentados em um banco largo de jardim. Mirou a maquina fotográfica em direção a eles e disparou, tirando uma bela foto do trio.
 — São os donos da fazenda – Disse Wesley – Três irmãos, trigêmeos, três corações, tal qual o nome desta fazenda... O fato é que não conheciam a moça, e ainda não identificamos o corpo, não portava nem um documento. A cena do crime foi escolhida possivelmente ao acaso... A residência deles fica a 600 metros daqui, eles tem cães brabos, mas não visualizaram qualquer tipo de movimento...
 — Entendi, o assassino não fez barulho.... Incrível como modelou o crime e saiu sem deixar pistas!
 — Os legistas afirmam que a vitima foi morta aqui... Pode tentar me dizer qual era a intenção dele?
 Figueiredo olhou para o cristal da maquina fotográfica, a fotografia perfeita da cena do crime, a moça sentada na pose de quem apreciava um piquenique, não conseguiu esconder sua admiração e revelou:
 — Ele estava tentando criar uma obra de arte... E o filha da puta conseguiu!

 O jovem fotografo Marcos chegou feliz da vida na sala de investigação. Jogou as 12 fotos da cena do crime que julgou serem melhores na mesa de Sérgio, o investigador velho. Figueiredo chegou logo atrás, entrou sorrateiro, segurando três fotos na mão. O investigador  o olhou de rabo de olho e sorriu discretamente, olhou uma por uma das fotos do menino Marcos e escolheu as duas que achou ser necessário:
 — Duas Sérgio? – Se indignou Marcos – Apenas duas fotos? Mas todas são de uma excelência primorosa!
 — Eu acho que estou apto pra julgar as fotos – Disse rancoroso o investigador, enquanto esticava as mãos para Figueiredo lhe entregar as fotos.
 Figueiredo as entregou, ele se dedicou a dois segundos de vista em cada uma e disse:
 — Fico com as três para montar o inquerito. Estão muito boas, como sempre Figueiredo!
 Marcos riu indignado e saiu da sala. Figueiredo se sentou de frente com o investigador e o ouviu dizer:
 — O garoto ai é bom. É triste desfazer do trabalho dele. Acho bom você se acertar logo com seus medos. Ou então o departamento vai acabar te aposentando mais cedo e contratando ele...
 Figueiredo se levantou, riu sem graça e foi pra casa.

 Quando chegou a seu apartamento, se voltou as fotos da cena do crime... Olhou cauteloso todas elas imprimidas em uma pasta e sentiu a falta de uma. Correu até o computador e procurou pela mesma. Era a foto dos três velhos sentados na cadeira.

 Por vaidade, a imprimiu novamente e a colocou junto as outras. Ouviu o celular tocar... Viu o visor e jogou o aparelho na cama. Era Wesley, ele sempre ligava naquela hora, mas nunca era atendido.
 Wesley estava em casa de terno e gravata, esperando pela esposa Berenice. Quando ela chegou, ele desistiu de ligar:
 — Vamos? – Disse ela linda, segurando a bíblia.
 Wesley sorriu:
 — Berenice, antes de irmos a igreja quero passar no Bar do Armando. Preciso lhe fazer uma recomendação.

 A tarde o movimento era fraco no Bar do Armando. O velho cortava limões quando percebeu a presença do cliente:
 — Vê se modera hoje, Figueiredo.
 Figueiredo arrancou a cartela de cigarros do bolso, encarando friamente Armando. Este desviou o olhar, se voltou ao corte dos limões e ouviu o cliente perguntar:
 — Ele esteve aqui, não é?
 — Quem? – Se fingiu de desentendido.
 — Wesley. Esteve aqui e disse pra você me pedir para moderar.
 Armando riu. Jogou uma fatia de limão no copo, abriu o freezer, arrancou uma lata de tônica, abriu, despejou no copo e serviu a Figueiredo, dizendo:
 — Conhece o Wesley a mais de 25 anos... Ele se preocupa com você e com o emprego. Disse que te quer sóbrio para uma investigação que tá dando dor de cabeça.
 Figueiredo deu um gole na bebida sem álcool. Fez cara feia e bradou:
 — Hoje a noite vai ser foda!

 Figueiredo suava frio deitado na cama. Se sentiu enforcado, amordaçado e com um pano na boca. O estranho com o rosto coberto lhe vinha com um espeto, o colocou em sua coxa. Ele se remoía de dor em seu leito e gritava com o som abafado pelo pano úmido. Quando o encapuzado apertou o espeto em sua coxa, o despertador tocou frenético, denunciando nove da manha. Figueiredo acordou do pesadelo ruim e se voltou ao celular. Nove chamadas não atendida. Pôs a mesma calça jeans que estava no dia anterior e discou o numero que tanto lhe ligou:
 — Wesley.
 — Figueiredo, tô te ligando do departamento. Novo crime na mesma fazenda. Três vitimas desta vez. Os velhos! Preciso que você me encontre lá o mais rápido possível!
 Figueiredo tremeu de medo. Se voltou a gaveta, alcançou o frasco de comprimidos e tomou logo três.
 Dirigiu nervoso ao caminho que bem conhecia... As mãos tremiam ao volante, enquanto tentava se lembrar do sonho imundo que teve, aquele homem desprezível lhe varando a carne com o espeto...

 De repente o carro mal conduzido adentrou em meio a mata fechada, e antes que desce conta, bateu em uma arvore media.
 Figueiredo viu o sangue fino descer a testa e se recompôs. Saiu do carro calmamente e retomou a estrada, até o carro de Wesley passar e pega-lo.
 Os dois chegaram à grande fazenda. Figueiredo munido com a câmera rodeou a barbárie que os legistas investigavam.

 Os três velhinhos estavam mortos, colados um ao outro, sentados, tal qual estavam dia antes. Figueiredo tirou as fotos sem conseguir disfarçar sua aflição, Marcos vomitava com nojo do que viu, enquanto os cães dos três velhos latiam diante de todo aquele movimento de pessoas.
 Marcos se recompôs e se aproximou de Figueiredo perguntando:
 — Você tem muito mais experiência que eu... Me diga, isto é comum?
 Figueiredo ainda tremulo, o encarou espantado e catatônico, indagou tentando esconder suas preocupações:
 — Preciso beber alguma coisa!
 Os dois fotografavam juntos, quando um dos legistas arrancou o jaleco de um dos velhos da ponta. Perceberam então um grande espeto, que transpassava os três corpos.

 Figueiredo foi dominado pela tontura, quase desmaiou quando percebeu que aquele espeto era parecido com o do seu sonho... Quando o legista puxou um pouco, para ver a dimensão da lamina, o corpo do ultimo velho despencou no chão, como se estivesse segurado apenas pela ponta do espeto. Marcos de estomago já vazio, fotografava a tudo, enquanto Figueiredo vomitou na própria maquina fotográfica. Wesley se aproximou dele e perguntou:
 — Deus meu! Estas bem homem?
 Figueiredo tonto e ainda golfando vomito, respondeu ao amigo:
 — Preciso de um whisky... Uma vodka... Qualquer porcaria dessas!

 Dentro da casa dos três velhos, Wesley se atreveu a pegar um copo de cachaça para o amigo. Figueiredo ainda tremendo olhou para a grande lareira, um dos suportes onde os espetos eram acoplados estava vazio.  O velho fotografo segurando o copo de cachaça, se aproximou da grande churrasqueira e fotografou, enquanto bebericava goles curtos da pinga.
 Quatro assassinatos, no mesmo lugar... A maquina carregada de fotos da cena do crime e das vitimas. Figueiredo estava mais calmo, com o álcool entorpecendo seu corpo. Wesley ainda tentava entender... O amigo novamente abusou da bebida, e sem carro, precisava leva-lo pra casa.
 Wesley jogou o homem na cama e ele dormiu livre de todo aquele pesadelo. O bom homem olhou todo o apartamento modesto do amigo, então viu a pasta. A abriu e viu que nela continha as fotos do crime do dia anterior, no mesmo local.

 De súbito, parou a vista na foto dos três velhinhos, que Figueiredo havia tirado na cena do crime da moça. Seu coração disparou. Seu instinto policial aguçou e ele rapidamente pegou a maquina fotográfica do amigo. Limpou a lente, envolvida no vômito seco e passou uma a um das fotos, até encontrar a que queria: Era a foto dos três velhinhos mortos, espetados como insetos. Eram exatamente iguais a que Figueiredo tirou... Até mesmo o ângulo e as posições dos corpos.
 Seu coração de súbito disparou. Revirou a velha gaveta e se deparou com outras fotos do amigo. Então achou a que queria...
 Sirley era o nome da moça ruiva, de cabelos fortemente avermelhados. Pelo menos era o que estava escrito atrás da foto em letras de forma. Foi fotografada no bar do Armando, bebendo uma dose enquanto segurava um cigarro na ponta dos dedos. Sorria em pose, bela e firme.
 Wesley em desespero olhou para as fotos da moça morta... De fato era a mesma da fazenda. Olhou para Figueiredo que dormia despreocupado, e em distração, disparou a maquina, fazendo o fleche ecoar no quarto acinzentado.

 Com o pequeno estardalhaço, Figueiredo abriu os olhos. Encarou sua mesa bagunçada, o amigo não percebeu seu leve despertar e ainda remexia em suas coisas:
 — Não me lembro da moça – Se defendeu Figueiredo – Pra te falar a verdade, eu devia estar bêbado quando tirei esta foto, nem me lembro dela... Ora, eu vou ao bar do Armando todas as noites! Me sento em um canto lá e bebo até ver perceber que vou morrer. Quanto à foto dos três velhinhos, tirei ontem, pela manhã, depois de tirar as fotos da cena do crime. Mas o fato é que a imprimi e ela sumiu, fiquei espantado, mas acabei por imprimir outra e deixar no lugar.
 Wesley o olhava desconfiado. Figueiredo perguntou:
 — Acha que foi eu? Acha que matei a moça e os velhos?
 Wesley se levantou. Guardou as fotos em sua maleta e indagou:
 — Eu espero que não. Mas preciso investigar. Sinto muito, meu amigo...
 Saiu da casa enquanto Figueiredo apavorado tentava digerir tudo aquilo.
 Wesley parou o carro no bar do Armando. Desceu apreensivo e caminhou rápido ao balcão. Arrancou da maleta a foto de Sirley e perguntou ao homem:
 — Preciso que me responda: Já viu esta moça?
 Armando olhou a foto por segundos. A entregou ao policial e disse sorrindo:
 — A Sirley. Ela vem aqui vez ou outra. Uma simpatia de menina. Artista plástica, acho.
 — Mas da ultima vez que ela veio, estava acompanhada?
 Armando deixou de lavar os copos e perguntou:
 — Ela esta encrencada?
 — Esta morta. –respondeu o investigador.
 O homem tremeu. Encarou o investigador e nervoso e indagou:
 — Deus do céu! Ela era tão bela e jovem!
 — Armando... Preciso que me responda: Da ultima vez que ela esteve aqui, ela estava acompanhada?
 — Sim, pelo seu amigo... Ele tirou esta foto!
 O coração de Wesley disparou em desespero. Se voltou a Armando e pediu:
 — Um whisky sem gelo, por favor.
 Tremia de dar pena, enquanto pensava em Figueiredo... Bebeu um gole do whisky e perguntou:
 — E da ultima vez, ela saiu daqui sozinha ou com o Figueiredo?
 — Figueiredo? – Se espantou Armando – Não, quando eu disse seu amigo quis eu dizer outro. Ela estava com o rapaz novo... O fotografo bonitão... Eles flertaram naquela noite saíram juntos... Acho que o nome dele é Marcos, falei que era seu amigo porque sei que ele trabalha com você...
 Wesley sentiu um misto de medo e alivio. Se levantou, jogou uma nota na mesa e dirigiu até a casa de Marcos, o fotografo novo.



 Constatou ao chegar que a porta estava aberta. Entrou cauteloso e revirou as coisas do moço, como fez com as de Figueiredo. Logo de cara viu uma bela foto da moça, no parque da cidade, sentada em um pano xadrez de vermelho e branco, sorrindo no piquenique, de braços abertos.

 Seu coração pulsou forte... Revirou a maleta e arrancou a foto da moça morta... Era exatamente o mesmo ângulo e a mesma pose... Até as frutas eram semelhantes e estavam na mesma posição... A única diferencia é que ela viva sorria. Ele tremulo julgou que agora entendia tudo...
 De súbito escutou um movimento estranho na casa. Arrancou sua pistola da cintura e mirou para todos os lados, procurando por Marcos. Se viu sozinho, ligou para a central e logo a casa estava cheia de policiais, revirando as coisa do rapaz.
 Wesley dirigiu até a casa de Figueiredo. Estava vazia... Pensou logo em Marcos e se desesperou... O amigo corria grave perigo.
 Ouviu murmúrios vindos da dispensa, se armou e quando abriu, viu o amigo amarrado nu na cadeira, com garfos e facas espetados por todo o corpo. Em desespero o flagrou, indicar com os olhos o quarto ao lado. Wesley arrombou a porta. Marcos o olhou assustado, e antes que se defendesse, levou um tiro na barriga.
 Wesley viu a foto dele sentado na mesma cadeira, como se fosse à forma do homicídio que aconteceria.
 Caminhou em direção a Marcos, que caído no chão, disse tremulo:
 — Foi ele... O maldito armou tudo isto...
 Seu coração disparou... Marcos morria em seus braços... Ele esbofeteou sua face, o acordou e perguntou:
 — Quem é a moça? Como a conheceu?
 — Bar... Bar do Armando... Nos conhecemos lá e saímos algumas vezes... Uma delas foi o piquenique... Mas as fotos que tirei dela naquele dia haviam sumido... Eu não sabia como fazer, como contar... Ela apareceu morta, tentei investigar sozinho... Minha casa foi invadida pelo Figueiredo, ele me trouxe e me trancou aqui, armou tudo isto e você entrou atirando...
 O coração de Wesley gelou. Figueiredo apareceu com uma arma na mão, sorrindo soberano. Pediu para o amigo se levantar. Wesley tremendo obedeceu. Marcos dava os últimos suspiros, enquanto Figueiredo fez com que o amigo caminhasse até outro quarto.
 Berenice estava amarrada. De frente com uma grande foto do casal. A foto era do casamento em cartório. Nela eles seguravam uma bíblia, bíblia esta que estava jogada no chão, junto com roupas semelhantes as da foto. Wesley o olhou raivoso e o condenou:
 — Seu desgraçado!
 Figueiredo disparou em suas duas pernas... Wesley caiu de joelhos, vendo o amigo levar a arma ao peito da esposa e atirar outras duas vezes. Wesley se arrastou em desespero até ela, levando covardemente um tiro nas costas... Não parou de caminhar, até levar mais um tiro... Ele olhou para trás e gritou alto, antes de morrer.
 Figueiredo sorriu contente, bebeu na boca de um litro de vodka e se preparou para sua grande obra de arte. Pegou as roupas do chão, os despiu e vestiu o casal com elas.
 O amigo estava sentado, ao lado da esposa. A bíblia era segurada, com a ajuda da manga do paletó costurada na altura do peito. Berenice com a mesma roupa da foto estava costurada ao marido, Figueiredo deu os últimos retoques na maquiagem de Berenice e se preparou para a foto.
 A tirou com cautela, rindo de todo seu feito...  Se voltou ao celular que tocava insano. Não atendeu. Pegou o corpo de Marcos e o arrastou até a velha foça de sua casa, escondida abaixo de um gramado artificial. O cadáver do pobre rapaz caiu em meio a tantos outros. Figueiredo sorriu satisfeito, ocultou novamente à velha foça e se voltou ao interior da casa. Limpou todo o sangue que saiu do rapaz... O celular ainda tocava. Ele se sentou na cadeira que estava e ficou esperando, até a policia chegar e revirar toda sua casa.

 Sérgio entregou um chá ao amigo:
 — Dia difícil, não Figueiredo.
Figueiredo fingiu estar perplexo:
 — Moleque desgraçado! Matou Wesley e sua senhora... O maldito estava pronto pra me matar também!
 O investigador bateu em suas costas e prometeu antes de sair:
 — Vamos pega-lo, não se preocupe, descanse. Teve um dia muito difícil.
 Figueiredo sorriu meticuloso. Olhou para o rabecão do IML levar os cadáveres de seu grande amigo Wesley e a esposa Berenice.


FIM

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