quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Garota malígna


Meu nome é Ryan Riley, e esse é mais outro dia comum no Asilo para loucos ou se você preferir “Manicômio”.Existe algo que você precisa saber sobre mim: Eu não sou louco! Ou até mesmo drogado! é, mas eles não acreditam em mim. Eles pensam que eu matei meus amigos. Meus amigos estão mortos mas ainda sinto eles comigo, suas almas, seus espíritos, não morreram junto a seus corpos. Eles estão comigo independentemente de onde eu vá, mas apenas eu posso vê-los. Eles estão tentando me proteger daquilo que os matou: “Aquela Garota Má”. É assim que nós a chamávamos.

 Faz exatamente 5 anos da morte deles. E todos aqui ainda me fazem as perguntas erradas. Sempre me perguntam “Por quê” eu matei eles, e nunca perguntam “Que merda aconteceu”.

 Há uma nova médica no meu tratamento, os outros desistiram de mim, eles acham que sou apenas mais um namorado ciumento, afinal, minha namorada também foi morta junto aos meus amigos. Eu espero que essa nova médica acredite em mim, e me faça as perguntas certas.

 Finalmente eles estão me chamando para uma consulta com a doutora Cindy Norman.

 Passando pelos corredores, vendo aquela situação de sempre, vendo meus amigos mutilados e sangrando aos cantos, mas todos eles comigo. Os enfermeiros me olhando como se eu fosse um ... assassino! Argh! Eu não sou um assassino, eu preciso de uma chance para provar que sou inocente!

 Na sala da doutora Cindy eu me desloco devagar e tento não expressar minha raiva em meus olhos. Ela me comprimentou e começamos uma conversa aparentemente civilizada:

-Boa noite senhor Riley! –Ela disse. Ela aparenta ser muito jovem para uma doutora tão comentada, espero ter bons resultados. –Então, o que trás você aqui? Você diz que não é o assassino de 3 garotas e 2 rapazes, e ainda diz que eles eram todos seus amigos e que estão te perseguindo... se não foi você quem os matou, então quem foi?

 Havia muita ironia em suas palavras, aquilo me enraivecia ainda mais! Eu ao respondi a nenhuma pergunta, então ela diz:

-Percebi que passaremos um bom tempo juntos essa noite. Você precisa me contar o que aconteceu naquela noite sr. Riley... –Sua voz me irritava.

Me exaltei:

-Você quer saber o que aconteceu senhorita Norman? Vou lhe contar exatamente o que aconteceu e como aconteceu!

 Aqui começa a história de uma amizade interrompida, de uma viagem de férias entre amigos, e aqui também termina essa amizade entre mim, Mary, Emily, Paul, Gustavo e Kelly e então...

 Eu e meus amigos estávamos a procura de uma boa viagem de férias, um pouco de bebidas e sim.. drogas. Nós estávamos tão felizes em viajar juntos que nem pensamos em fazer planos para isso, apenas alugamos uma Kombi e pegamos estrada depois do almoço.

 Então nós começamos a viajar pelo Flurryh. Nosso primeiro dia foi ótimo,mas quando chegou a noite nós não sabíamos onde hospedar, pois não havia muitos lugares para ficar. A estrada era deserta e úmida. Nós já estávamos ficando aflitos quando vimos uma placa indicando um hotel mais próximo. Todos decidimos parar lá mesmo pois não sabíamos se iria haver um outro hotel depois daquele.

 Chegando lá, as meninas já mostraram sinal de contradição. Também, com um lugar desses. O lugar era horrível, macabro por sinal, nenhuma das meninas queria dormir lá, mas o carro estava imundo, não havia jeito de dormir todos lá. Depois de muita insistência elas resolveram ficar. Eu e Mary ficamos em um quarto, logo em baixo ficariam Emily, Paul e Kelly. Gustavo não estava na viagem com agente, pelo menos não ainda, ele havia decidido viajar com um amigo por algum motivo quase na mesma direção que nós.

Ninguém conseguia dormir, nenhum corpo vivo conseguiria fechar os olhos e descansar naquele lugar cheio de barulhos estranhos, como se o próprio lugar quisesse que nós o deixássemos.

 De repente, houve um grito! Eu levantei assustado da cama. Era Emily, ela não parava de gritar, sua voz ia se afastando e havia um barulho enorme como se ela estivesse sendo arrastada. Eu e Mary abrimos a porta e corremos pro andar de cima onde estavam os outros. Kelly estava assustada olhando para uma porta no fim do corredor, Paula estava correndo até lá. Pude ver que Emily estava realmente sendo arrastada até aquela porta. Corri até ela também, estávamos eu e Paul tentando livra-la de algo invisível tentando puxá-la. A porta se abre com força que me assustei por um instante, soltei ela com o susto e Paul não conseguiu segura-la sozinho, ela então é puxada pra dentro de uma despensa que no teto havia uma entrada para o sortam

 A porta se fecha com força e eu e Paul não conseguíamos abri-la. Emily de repente para de gritar. Mary e Kelly enfim tiveram coragem de ser aproximar de nós. Mary começou a gritar o nome de Emily esperando resposta, alguns segundos de pânico intenso houve então a resposta: Emily grita novamente, porém um grito de dor. Eu nunca estive tão apavorado em minha vida, e com certeza os outros também não.

 Finalmente Paul consegue abrir a porta e rapidamente pegamos uma escada que estava nessa dispensa para subir até o sortam. Eu subi a escada chamando por Emily. Peguei meu celular que havia esquecido no bolso da minha bermuda antes de tentar dormir e o usei como lanterna. Lá estava ela no canto daquele pequeno sortam, tremendo e totalmente encolhida, ela estava olhando para algum ponto fixo atrás de mim perto de uma talão de gasolina, mas eu nem quis olhar, eu estava com muito medo.

 Carreguei ela até o sortam abaixo, Paul me ajudou a carrega-la até o quarto onde eles estavam. Ela não parava de gemer como se estivesse com muito frio, aquilo me dava arrepios.

J á no quarto ela nos mostra o que havia feito ela gritar dor enquanto estava no sortam.

Ela dizia aterrorizada:

- Eu não o vi,mas ele me mordeu- Ela levanta um pouco da blusa e mostra um a mordida em sua cintura do lado esquerdo.

 Todos ficaram terrivelmente apavorados. A mordida estava sangrando um pouco, não conseguimos identificar se a mordida foi de um animal por ter todos os dentes completamente afiados, ou se era de um humano por ter a modelagem de uma boca humana.

 Eu e os outros piscávamos de medo. Não conseguíamos ficar mais um segundo naquele lugar.

 No caminho para o carro, ela estava voltando com seus sentidos e já conseguia falar sem soluçar, ou se assustar com seus próprios passos. Ela então explicou o que havia acontecido:

-Eu estava deitada na cama tentando fechar meus olhar e tentar em não pensar em quanto aquele lugar era assustador. Finalmente quando eu consigo dormir, eu escuto uma voz muito estranha e muito alta, não consegui abrir meus olhos naquele instante, mas quando consegui, eu estava caindo da cama e sendo arrastada por alguma coisa ou alguém, eu não consegui ver nada, não havia nada me puxando, apenas eu sendo puxada! Foi horrível! Aquela coisa era tão forte que me puxou de uma vez para o sortam. Eu estava com tanto medo que minhas cordas vocais não funcionavam mais, não conseguia nem gritar, até que ... ele me mordeu! Foi uma dor que nunca senti antes, e agora estou enjoada, como se houvesse um veneno a penetrar no meu corpo...

Ela deita no banco da Kombi e desmaia.

Paul estava desesperado, completamente descontrolado pelo medo, subiu rapidamente no carro e tentou liga-lo. Com raiva por perceber que não havia mais gasolina ele sai do carro e começa a gritar com toda sua força, raiva e seu medo daquele lugar.

 Logo lembrei que havia visto um talão de gasolina no sotam enquanto fui buscar Emily. Mary e Kelly ficaram agitadas e não deixaram eu ir busca-lo, porém, enquanto elas estavam cuidando de Emily, eu fui escondido até lá.

 Chegando na escada, senti arrepios e um vento forte vindo de algum lugar. Tremi. Ouvi barulhos e por alguns instantes ouvi risadas, risadas de alguém que estava sentindo prazer em me ver apavorado. Pensei duas vezes antes de entra mas quando ouvi os gritos de Mary, Kelly e Paul me chamando, subi o mais rápido que pude.

 Direcionei meus olhos apenas na direção do talão. Não consegui me conter e acabei olhando na direção onde Emily havia fixado seus olhos com medo. Lá havia uma caixinha de metal com uns símbolos estranhos, o único símbolo que pude reconhecer era o de um crucifixo. Peguei a caixinha e coloquei no bolso rapidamente, peguei o talão e desci a escada. Logo quando coloquei minha cabeça para fora do sortam, a porta do mesmo se fechou com uma força enorme. Ruídos e vozes começaram a me perseguir no meu caminho de encontro aos outros

Em frente ao carro Mary me dá um empurrão e diz:

- Você está louco? Quase nos matou de preocupação! Você poderia ter se machucado lá dentro! Disse para não voltar lá!

 Paul arranca o talão da minha mão mostrando-se ainda mais desesperado. Emily ainda não havia acordado. Todos correram para o carro e finalmente conseguimos sair dali.

 Paul dirigindo, eu na frente com ele, e as meninas atrás. Tudo parecia mais tranqüilo quando de repente uma mulher ou algo entra na frente do carro. Desviando da rota, acabamos entrando em uma rota de estrada de chão. O carro atravessou um portão que impedia a entrada naquele local, enfim eu desmaiei.

 A única coisa que me lembro desde então foi a voz suave da Mary falando comigo enquanto eu estava adormecido:

-Nós não podemos esperar aqui! Nós precisamos encontrar uma outra saída! Precisamos encontrar um carro e encontrar os outros! Temos que encontra-los!- Ela não parava de repetir.

 Eu acordo com uma dor enorme na cabeça que estava sangrando. Meus sentidos estavam voltando lentamente quando eu olho nos olhos de Mary e penso “ Onde eu estou? Onde estão os outros? O que aconteceu depois que o carro bateu? etc”. Mas o que mais doía na minha cabeça era a imagem daquela mulher atravessando a estrada.

 Nós estávamos perto da van destruía e o lugar era parecido com uma cidade, havia uma placa que dizia “Bem Vindo á Silince Montain”. Quando eu li esse nome na placa, meu corpo tudo tremeu.

 Eu já havia ouvido falar dessa cidade. Soube que foi totalmente destruída por uma horrível acidente com fogo, diziam que essa cidade explodiu em chamas, a população toda morreu á uns 13 anos mais ou menos e agora a cidade vive sobre a escuridão.

 Bianca percebeu que eu já estava melhor e começou a dizer o que havia acontecido. Ela dizia que Paul e Kelly foram procurar ajuda e que já fazia quase 1 hora que eles foram. Ela disse também que Emily já havia desaparecido quando Paul e Kelly acordaram. Ela chorava, de medo, de dor e de preocupação.

 De repente, barulhos de sinos começam a tocar. Nós não sabíamos para que era aquele som mas pareciam sinos de uma igreja.

 Uma nevoa cobria a cidade enquanto o sino tocava. Eu fui correndo pela estrada para ver se havia uma saída daquela cidade que poderíamos ir a pé, mas era horrível de enxergar, eu conseguia enxergar apenas 2 metros a minha frente, as vezes menos que isso.

 Eu estava andando cauteloso enquanto Mary me gritava para voltar, e de repente eu quase caí em uma grande cratera que havia no meio do asfalto, impedindo que alguém chegasse até a fronteira da cidade.

 Várias dúvidas vieram em minha cabeça, tudo aquilo, desde o começo da viagem vinha como um martelo em mim.

Mary veio correndo até mim, e quase caiu, por pouco a segurei, ela gritava.

 De repente eu comecei a sentir que nós estávamos em perigo, era um sentimento muito forte, e Mary também podia sentir. Nós nos viramos para trás e corremos até a van. Comecei a pensar no quê fazer, talvez tentar encontrar uma outra saída, mas nós não poderíamos deixar os outras para trás. Em fim, decidimos seguir pela cidade, pois era uma cidade pequena e há nela muitos pontos em que nós poderíamos encontrar nossos amigos tentando encontrar ajuda.

 Com sorte, em quase todas as ruas havia uma placa informando os grandes pontos da cidade. A cidade inteira abrangia um grande território, porém o centro era no início dela e quase todas as casas eram fazendas mais longe dali.

 Na primeira placa estava informando onde estava a escola, a prefeitura etc. E em cima da escola, na placa havia uma mancha de sangue, como se alguém estivesse marcando aquele lugar com a mão. O sangue estava molhado, como se alguém tivesse marcado aquele lugar recentemente.

 Agora a questão era: ir até a escola e descobrir o porque ela foi manchada de sangue, ou ir para o norte e tentar passar pela outra saída que situava perto do cemitério. Que ótimo! Essas opções eram tentadoras. Que tal irmos até a igreja e morrer lá? Quero dizer, Deus vai nos salvar, certo? Não!

 Eu perguntei a opinião de Mary e ela disse que nós deveríamos ir para o norte, seria o que Paul teria escolhido, e se eles estivessem procurando mesmo a saída, eles poderiam estar pelo caminho do norte, vivos ou mortos. Mary chorava.

 Eu e Mary paramos assustados, mas eu tinha em meu bolso um isqueiro que Paul havia pedido pra eu guardar para ele durante a viagem.

Como estava chovendo, tive que tampar o isqueiro com a minha mão.

 As placas de informação haviam desaparecido e a cidade parecia o inferno: Havia barulhos de ferro como se estivéssemos em uma metalurgia, havia muitos barulhos de passos que vinham atrás de nós e que quando olhávamos ´para trás, os passos paravam. Era horrível aquela sensação. E eu apenas conseguia me lembrar apenas de uma coisa que eu pude ver nas placas, a escola era próximo onde nós estávamos e era a caminho do norte.

 Decidimos passar pela escola, aquele sangue na placa poria significar algo importante.

 Na frente da escola, um sentimento de perigo veio a mim e nós imediatamente paramos. Havia um cheiro de fumaça no ar, de um fogo que recentemente fora apagado com essa chuva. Barulho de passos vinham do outro lado da rua, que eu ainda me lembro o nome, se chamava “Streets of Mercy” e eu também me lembro o que estava escrito em um outdoor perto da escola: “Os anjos não perdoam, apenas Deus faz a justiça”. Na hora, essa frase não fez o menor sentido para mim, mas agora faz.

 Os passos ficavam cada vez mais altos mas estava muito escuro para ver quem ou o que estava chegando. De repente, algo ou alguém veio em nossa direção, parecia meio humano e meio “coisa”, ele ou alquilo era cinza e não tinha braços, havia algo vermelho e brilhante que saia de sua barriga, ele vinha lentamente e quando nos avistou começou a fazer uns barulhos estranhos, como se estivesse gritando de dor ou algo, e de repente um tipo de gás saiu de sua barriga em direção a nós.

 Foi assustador, saímos correndo e nós quase caímos em uma outra cratera no meio da rua, e para piorar, ouvimos uns tipos de latidos vindo em nossa direção, eram um tipo de cachorros demônios, corremos o mais rápido que pudemos, apenas paramos quando não ouvimos mais nenhum latido.

 Nós estávamos á outra direção, perdemos a noção de norte e sul, não sabíamos mais onde nós estávamos, andamos com medo e sem direção até que vimos um carro que aparentava ter batido recentemente, estava em frente á uma casa, havia um dos cachorros no para choque do carro como se o motorista o tivesse atropelado violentamente, mas ele se movia se debatendo, como se ele estivesse vivo, porém prestes a morrer.

 De repente, as coisas começaram a voltar ao normal, o cachorro atropelado desaparecera, mas o carro continuava lá do mesmo jeito, olhamos dentro do carro lá estava a chave e uma mochila, era a mochila de Emily, e havia sangue no acento do passageiro, então nós resolvemos entrar na casa para ver se ela estava lá dentro.

Mary pegou a bolsa de Emily e fomos em direção a porta de entrada, nós conseguíamos ver a entrada a garagem que estava aberta, mas não conseguimos ver direito o que tinha dentro, a neblina estava densa outra vez.

 Entramos na casa e nada nos chocou primeiramente, a casa estava normal, a não ser pelo fato de haver um caminho de água conectando uma porta á uma cadeira na sala de estar perto de uma janela, como se alguém tivesse saído da porta se arrastando em direção a cadeira. Não havia ninguém na cadeira e então resolvemos ver o que havia por trás da porta. Havia uma escada que provavelmente levava até ao porão, estava muito escuro então nós decidimos não descer e verificar o térreo e o andar de cima primeiro.

 A cada passo que Mary dava ela gritava por Emily, nós subimos as escada para o segundo andar que nos levou a um corredor com 3 portas, entramos na primeira, era um quarto comum de casal, havia umas fotos penduradas nas paredes que pareciam terem sidas queimadas, o segundo quarto também normal parecia o quarto de uma menina, havia uma entrada secreta perto da janela que fora aberta por alguém antes de nós, havia uma caixas lá, mas todas vazias, era um espaço muito pequeno, poderia ter sido usado como um closet mas muito mal acabado. O outro quarto estava trancado, Mary gritou pelo nome de Emily esperando que ela estivesse do outro lado, eu não tentei forçar a tranca pois estava com medo do que havia lá, e se fosse Emily ela já teria respondido, se viva.

 Então, nós descemos e tentamos abrir um outra porta perto do caminho de água, uma porta grande que provavelmente levaria a sala de jantar ou a cozinha. Mary gritava insatisfeita.

 Decidimos então em verificar a garagem, talvez ela estivesse lá e nem estivesse entrado na casa.

 Chegando perto da garagem, vimos um corpo no chão bem na entrada, era um corpo estranho, não era de uma pessoa, era cinza mas diferente daquele em que nós havíamos visto em frente a escola, esse tinha braços e em vez de dedos ele tinha garras enormes, suas pernas eram grudadas como as de uma sereia onde não havia pés, ele não tinha rosto, ele estava sangrando na cabeça e nas costas.

 Perto daquele demônio havia uma parede quebrada em que havia um caminho, como se fosse uma passagem secreta na floresta, eu não sabia onde levava, como não havia nada na garagem, Mary insistiu em passarmos por aquela passagem. Eu arranquei uma daquelas garras daquele demônio e entramos pela parede. A neblina era bem densa, quase não conseguíamos ver as árvores.

 No final da passagem havia um portão com grades de ferro, e estava quebrada então nós podíamos passar, eu não queria, eu queria voltar, eu estava com mais medo que Mary que estava determinada a encontrar Emily, Kelly e Paul.

 Nós entramos devagar e vimos que estávamos em um parque público da cidade, havia balanços, escorregadores etc. e as luzes dos postes estavam muito intensas ou seja, não havia mais neblina. O fato de não estarmos mais na escuro ou na neblina não me deixava mais confortável, havia algo errado.

 De repente, Kelly e Paul surgem correndo até nós, Mary oi até eles e abraçou os dois, eu fiquei com receio, mas logo fui até eles, nós estávamos felizes por eles estarem vivos! Nos abraçamos e choramos, mas ainda havia algo de errado no ar.

 Kelly e Paul começaram a nos dizer o que havia acontecido com eles depois que eles saíram da van a procura de ajuda. Eles disseram que foram atacados muitas vezes por cachorros demônios e por aqueles demônios cinzas que tem garras, e foi correndo desse bichos que eles foram parar na prefeitura da cidade e no cemitério. Eles disseram que viram Emily no cemitério, ela estava correndo como uma desesperada por lá, e quando eles gritaram por ela, ela não os respondia apenas corria, eles disseram que sempre quando a viam ela corria para o oeste em direção ao lago, mas só perceberam isso agora quando as placas com informação voltaram. Eles conheceram um menininho que os ajudou a escapar de terríveis demônios e foi este menino que os direcionou para o parque onde eles nos encontrou. O garoto, de acordo com eles, só aparecia quando os sinos tocavam e tudo ficava com a aparência infernal.

 De repente Gustavo aparece no parque correndo em nossa direção. Gustavo não havia viajado conosco, ele estuda com agente mas não veio viajar pois um amigo já havia chamado-o antes, e nós ficamos assustados com a presença dele ali. Ele estava sangrando muito mas ainda sim corria muito, ele disse que Emily estava em perigo.

 Com mais calma ele começou a explicar: “Uma mulher seqüestrou Emily e a levou a uma igreja, haviam mais pessoas com ela que não me deixavam entrar lá pra busca-la, eu estou ferido e preciso da ajuda de vocês para resgata-la. Nós temos que tira-la de lá antes dos sinos tocarem.”

 Gustavo estava falando muito rápido e ofegante, e no instante em que ele parou os sinos infelizmente começaram a tocar. Ele começou a correr feito um louco, e nós fomos atrás dele, corríamos rapidamente pelas ruas e vimos as coisas se transformando na escuridão que ia surgindo. Já estávamos na escada a igreja quando o sino parou de tocar, ou seja, a transformação do lugar já estava completa, estávamos em completa escuridão.

A porta da igreja estava trancada, então eu, Gustavo e Paul a quebramos. Entramos e havia muita gente lá, a igreja era enorme e todos nos olhavam assustados. Analisando o local vimos a Emily pendurada em um crucifixo bem no centro da igreja, eles estavam preparando para queima-la. Ela, quando nos viu, começou a gritar dizendo que não era para nós entrarmos lá, mas nós já estávamos dentro. Correndo até ela, a porta da igreja se fecha rapidamente impedindo que a escuridão lá fora entrasse.

 De repente, Gustavo pega uma adaga que estava dentro de seu bolso e enfia em seu próprio peito, foi uma ato totalmente inesperado, todos se chocaram, inclusive nós! Algo então começa a sair da ferida, um tipo de sangue escuro, ele parecia estar aliviando uma dor, ficava de joelhos e o sangue escorria uniformemente de seu corpo, o sangue se juntava no formato de uma menina bem no altar. Era o demônio! Não “um” mas “o”! Ele se escondia no rosto dos inocentes, por isso víamos uma menina e não “o” próprio.

 A menina tinha um sorriso cínico no rosto, mas estava coberta de sangue seco por todo corpo, mal conseguia olhar para ela de tanto medo. E o pior, era como se ela trouxesse todo o inferno lá fora para dentro da igreja, arames farpados surgiram do sangue escuro derramado no chão que matavam as pessoas no local uma a uma violentamente, atravessando seus corpos como folhas de papel, mas a mulher de quem Gustavo havia falado não foi simplesmente morta, fora também torturada por aqueles arames, parecia que o Diabo tinha contas a acertar com aquela mulher.

 Gustavo se levantou e atravessou os arames que pareciam nem perceber que ele estava lá, soltou Emily e nós todos corremos daquele lugar...

 Mary se lembrou daquele carro perto da casa que tinha a chave dentro, Gustavo disse que ele estava com Emily e que dirigiu o carro enquanto estavam sendo perseguidos por cães demônios e que estava procurando refugio para eles.

 Corremos desesperadoramente até o carro, passamos por diversos demônios, matamos alguns, mas nós estávamos com presa, queríamos sair daquela cidade o mais rápido possível. Quando já estávamos no carro, não conseguimos liga-lo, então corremos para dentro da casa para esperar até que as coisas voltem ao normal outra vez, então corremos para dentro da casa.

 Na casa, todos estávamos assustados e cheios de duvidas, estávamos todos sangrando, eu estava sujo e havia machucado minha cabeça fortemente durante a batida da van, Mary sangrava na cabeça e também estava suja, Paul tinha um corte no braço e não parava de tocar como se estivesse com muita dor mas não queria fazer muito drama ao reclamar, ele estava com a perna molhada e Kelly toda molhada. Gustavo e Emily eram os mais machucados, Gustavo ainda podia correr, mas Emily tinha um pouco de dificuldade parecia que Gustav havia sido cortado no braço e na perna esquerda, e Emily estava completamente suja de sangue, Gustavo parecia mais preocupado com ela do que com si mesmo.

 A casa estava toda diferente do que vimos antes dos sinos tocarem, não estava muito escuro por causa do fogo que surgiu em alguns buracos nas paredes.

 Eu ainda posso ouvir aquelas pessoas morrendo e gritando de dor, foi horrível, mas o suficiente para manter “Aquela Garota Má” ocupada por um tempo.

 As coisas felizmente foram voltando ao normal depois de um tempo e então nós pudemos sair da casa. Na garagem, nós encontramos gasolina e abastecemos o carro que logo pegou.

 Nós entramos no carro e eu dirigi o mais rápido que pude, porém mais atento, não queria sofrer outro acidente de carro, e no caminho, Gustavo e Emily contaram o que acontecera com eles lá.

Versão de Emily:

“Só me lembro de ter acordado com o barulho de um sino tocando, eu estava em cima de uma sepultura no cemitério e estava com a minha mochila que por sorte havia uma lanterna. Em uma lápide estava escrito o nome de Ryan nela, eu me assustei, no começo pareceu tudo um sonho, ou pesadelo... Todo começou a parecer cada ver mais real quando apareceram aqueles cães e tive que correr.

 Quando eu estava na beira de um rio, a mordida que recebi naquele sortam do motel começou a sangrar e doía muito, comecei a delirar um pouco de tanta dor, até que vi uma caminhão de bombeiro capotado perto dali e fui até lá, de repente um demônio cinza veio rastejando até mim mas não conseguia correr, fiquei apavorada, até que Gustavo surgiu de dentro da ambulância com um machado de bombeiro na mão e matou o demônio, ele e eu nos assustamos em ver um ao outro ali, nos abraçamos e o contei que estava com vocês também e que eu havia acordado perdida no cemitério.

 Tentamos voltar para o local do acidente e vimos um carro, havia um homem morto dentro, nós o retiramos e tentamos fugir de uns cães demônios usando o carro, Gustavo atropelou um e o carro travou próximo a uma casa.

 Entramos na casa e havia uma mulher sentada em uma cadeira próximo a uma janela, ela disse: “ela vai voltar, não vai ter perdão”. A mulher morreu logo após essas palavras, mas seu corpo foi desaparecendo lentamente.

 Havia um caminho de água que ligava a cadeira e uma porta, nós descemos por essa porta e chegamos a um porão alagado com água.

 De repente, fui puxada por algo, como no motel, me levou escada acima até uma porta grande que me levava da sala de jantar da casa até a cozinha, e da cozinha até o quintal da casa.

 Lá fora eu fiquei esperando por Gustavo, eu não sabia o que estava acontecendo com ele, ele me gritava e eu por ele, até que desmaiei.

 Desmaiada, e tive um sonho, o Diabo falava comigo, ele dizia que eu ia ser morta por uma mulher ... érr, uma tal de Morgan Vulmort... acho que é assim seu nome. Ele me dizia que essa mulher a havia matado injustamente e que iria se vingar mas Deus a impedia, ela dizia coisas malignas, disse sobre Ryan, mas não consigo me lembrar...

 Quando acordei, Gustavo estava gritando por mim, ele havia acabado de matar um demônio rastejante, eu ainda estava no quintal e ele estava vindo até mim, quando aquela mulher da igreja veio com alguns homens e me raptaram, desmaiei com um golpe de um deles, e só acordei quando já estava na cruz. O reto vocês presenciaram...”

Versão de Gustavo:

“Bom, eu estava viajando com Matthew, como vocês sabem, já não bastava estarmos totalmente perdidos na estrada como também sofremos um acidente de carro. Mas bom, Matthew não sobreviveu...

 Eu não sabia onde estava e o celular não pegava linha, eu não sabia o que fazer, até que uma caminhão de bombeiro passou por lá perto, eu pedi carona e o bombeiro me ajudou, até que atravessando uma encruzilhada havia alguém no meio da pista, que fez o caminhão perder o controle e capotar até as margens de um lago, o caminhão atravessou um muro na beira de um rio que formava a divisa da cidade com a estrada, o bombeiro não sobreviveu e foi saindo do caminhão que vi Emily...

Quando vi Emily sendo seqüestrada pela aquela mulher, comecei correr, mas não consegui alcança-los, estava escuro e de repente veio um menino até mim dizendo o que eu tinha que fazer e aonde eu tinha que ir, me falou também uns truques de como matar os demônios facilmente, mas o mais importante: ele falou que eu tinha que falar com a “Aquela Garota Má”.

 Ao encontrar com “Aquela Garota Má” que era o Diabo, ela me disse que para salvar Emily eu teria que leva-la para dentro da igreja, que era o lugar onde ela não conseguia entrar pois tinha a proteção divina, ela não me disse o porque queria tanto se vingar dessa tal de Morgan Vulmort, mas eu aceitei com a condição de que ela nos deixaria sair daquela lugar com vida, ela aceitou. Peguei a adaga que ela me deu e fui a procura de vocês.

Eu sabia onde vocês estavam por causa daquele menino, que me parecia familiar cada vez mais, talvez se ele não estivesse todo sujo e com sangue por todo o corpo, talvez eu o pudesse reconhecer, o resto vocês presenciaram...”


– Então foi isso doutora!

– Mas você disse que isso aconteceu a mais ou menos um ano atrás! – disse doutora Cindy sem compreender direito a historia.

 Eu sei que ela queria acreditar em mim, mas com toda essa historia de demônios, acidentes de carro, sinos tocando, ela nunca iria acreditar em mim. Mesmo assim, continuei, eu iria a fundo com ela nesse assunto.

 Eu não havia contado a ela a historia toda, a historia da morte dos meus amigos, mas ela é uma boa ouvidora. Mas agora eu tinha que ir para minha cama, eu sei que amanhã vai ser um grande dia de revelações, e eu sei que amanhã eu terei que estar mais conectado com meus amigos do que nunca pois vou tentar dizer exatamente o que aconteceu com eles para que todos morressem.

 Voltando para meu quarto, tentando não olhar para o lado, pois eles estavam lá comigo, eu podia os ver, porém todos estavam ali exatamente como morreram, sangrando, feridos, mas não sentiam mais dor, eram fantasmas. Como meus amigos, eles só queriam me proteger, com a força de todos juntos por mais que a “Aquela Garota Má” tentasse chegar até mim, ela não conseguia por que eles estavam sempre comigo. Isso faz com que eu me sinta bem e mal ao mesmo tempo, eu queria vê-los, mas não daquela forma, eles falavam comigo em meus pensamentos.

 Já é um novo dia aqui no asilo, e hoje eu tenho uma outra consulta com a doutora Cindy Norman. Eu não gostava muito dela, mas ela pelo menos é mais atenciosa, ouviu tudo o que eu tinha a dizer ontem, apesar de não ter acreditado em nada do que disse. Hoje vou contar a ela como meus amigos morreram... isso vai ser difícil. Sinto que muitos sentimentos irão fluir de mim hoje enquanto contar a ela, não posso decepcionar meus amigos, vou contar tudo e exatamente o que aconteceu! Acreditem eles no que quiserem!

 Agora no café da manhã, reflito um pouco sobre os fatos que aconteceram e tento encaixa-los. Como acompanhei quase tudo, tudo faz mais sentido pra mim agora. É incrível com tudo se encaixa! Mas agora, sei que a minha missão é salvar meus amigos, ou pelo menos a alma deles, eles não podem “viver” assim eternamente, será que quando eu morrer vou ficar igual a eles? Tenho que fazer alguma coisa, tenho que descobrir mais coisas, preciso salva-los...

Comendo meu café da manhã horrível, doutora Cindy vem assustada até mim e me interrompe...

–Senhor Riley, será que o senhor pode me acompanhar até minha sala?- Ela parecia apavorada, mas tentava visivelmente se controlar.

–Sim, o que aconteceu?- Eu disse já em sua sala.

–Fizemos uma autopsia em cada um de seus amigos mortos... bom, eu fiquei intrigada com as cicatrizes que cada um possui em seus corpos e que coincidem exatamente com a história que você disse para mim ontem, principalmente a mordida na garota éer... Emily, certo? Bom, como não adianta afirmar que foi você quem fez por que seria impossível algum ser humano ter feito aquele tipo de mordida, e que...- Ela parou de falar sem mais nem menos, ela parecia aterrorizada.

–Continue por favor, isso é muito importante para mim!

–Senhor Riley, fizemos testes a noite inteira, não há nenhuma mordida comparada com a que está no corpo de sua amiga, além disso...- Ela deu outra pausa, porém mais rápida-... não há possibilidades de que uma mordida aparentemente superficial continue sem uma cicatrização, uma mordida qualquer ficaria não continuaria na pele como se fosse recente, principalmente quando houve a um ano!

Eu me sentia feliz e triste ao mesmo tempo! Eu sabia que ela estava começando a acreditar em mim, finalmente!

– Senhor, antes de começar com minhas perguntas, você pode por favor continuar a dizer o que aconteceu com seus amigos há algumas semanas atrás, preciso saber. O senhor em momento algum mostrou contradição e nem aparentou estar mentindo sobre o assunto, por favor, prossiga...- Ela parou de falar rapidamente como se estivesse ansiosa pra ouvir o que eu tinha a dizer, então, sem mais delongas, eu começo a falar...

Lá estava eu, na faculdade, já fazia quase um ano que nós fizemos aquela viagem, mas esse ano, nós decidimos ficarmos juntos e passar as férias na faculdade mesmo.

Eu me lembro que eu ficava tento pesadelos sobre a viagem...

 Neste ano, não iria ter aulas de verão para quem ficasse de férias na faculdade então lá iria ficar praticamente vazio, mas as salas iam ficar abertas caso os alunos quisessem estudar nas férias.

 Eu particularmente não queria ficar lá, mas ao mesmo tempo, queria ficar com meus amigos e sentia que alguma coisa ira acontecer de ruim, com todos aqueles pesadelos e visões, era horrível.

 Já fazia 3 dias para 1 ano que fizemos a viagem no ano passado, e nenhum de nós conseguia definir o que era real ou só um pesadelo. Eu decidi dizer aos meus amigos o que estava acontecendo comigo e meus pesadelos, e descobri que eles estavam tento sonhos similares aos meus. Meu corpo tremia quando concordavam com meus pesadelos.

 Paul queria relaxar, então nós decidimos comprar uns pots. Eu, Gustavo e Paul chamamos uns outros amigos nossos para nos acompanhar e fomos a um quarto para usar o pot...

 Música alta, conversando merda, jogando cartas, tudo parecia melhor. As meninas não estavam lá, aquela era a noite os homens. Quando uns certos amigos nossos foram embora, nós chamamos as meninas.

 Um amigo estranho de Gustavo havia trago um diferente tipo de pot, ele dizia que era bom e que havia encontrado quando ele foi viajar com uns guardas para reconhecer o corpo de Matthew cujo viajou com Gustavo há um ano e não sobreviveu ao acidente de carro, ele disse que pegou a erva para fazer pot que estava mais perto de um rio em muro quebrado. Meu corpo tremia a medida que ele dizia aquilo, mas eu não disse nada porque meus amigos pareciam ter uma boa hora de relaxamento.

 Eu caí no sono. Mas agora eu sei que o que eu tive não foi um sonho e que bem mais real do que eu imaginava, e os meus amigos também tiveram um sonho similar ao meu naquela noite...

 Nesse pesadelo, eu podia sentir a realidade, podia sentir a minha respiração ofegante, podia sentir o cheiro de alguma coisa podre e o cheiro da erva que me fez adormecer e também, eu pude sentir medo. Eu definitivamente estava lá. Mas que tipo de pesadelo era aquele? Eu pensava.

 Eu estava em um corredor escuro e tudo ensanguentado, segui na mesma direção dele, parecia não ter fim, eu podia ver apenas alguns metros a minha frente, haviam gritos em todas as direções, eu os tentava ignorar, era horrível, eu estava com muito medo...

 De repente os gritos começaram a parecer mais familiares... parecia com os gritos de Kelly! Eu a ouvia gritar e de repente ela chamava por Paul ainda gritando, ninguém respondia. Eu corri ate os gritos e finalmente a avistei pendurada no meio de um dos corredores, de cabeça para baixo, completamente ensanguentada. Corri até ela mas alguma coisa a puxou para cima a fazendo desaparecer.

 Andando mais um pouco a frente, completamente desorientado, avisto Paul no chão, aparentava ter morrido, então entrei em desespero! Havia também ao seu lado um tipo de demônio, ele era grande e tinha o corpo de um homem porém com chifres e o rosto parecia de um cachorro, era meio cinza e meio marrom, ele não tinha olhos e devorava Paul. Me escondi rapidamente mas ele já havia me visto. Já era tarde, corri o mais rápido que pude, apenas parei quando vi Kelly que surgiu bem na minha frente, ela dizia:

–Você falhou conosco, agora que venha o sacrifício!

 Ela repetiu e sua voz misturava com a de Paul que surgia por trás dela.

 De repente, o demônio que apareceu atrás de mim, ele rosnava como se estivesse com muita raiva, ele então me morde, senti dor, muita dor,mas apenas por alguns segundos, eu finalmente havia acordado...

 Imediatamente eu me vejo no banheiro masculino vomitando e com muita dor na cabeça. Como eu havia parado ali do nada? Eu me perguntava e ao mesmo tempo me sentia feliz por estar de volta a vida real. Enganado eu por pensar que essa mera ilusão era pior do que a realidade...

 Levantei daquele chão imundo, e fui até a pia lavar meu rosto e minhas mãos. A água estava quente então logo assustei –me. O vapor que saía da água ia pro espelho, que refletia em número: 403.

 Ainda assustado, afastei-me do espelho e tentei raciocinar o que aquele número revelava. Então em um susto me lembrei, 403 era o número do quarto de Kelly!

 Corri o mais rápido possível para encontra-la, as imagens de seu corpo pendurado e os gritos de dor vinham em minha cabeça...

 Como já era férias, quase todos haviam ido embora para sua casa, o campus estava totalmente deserto. Para minha sorte, a porta de divisória entre os dormitórios dos meninos e das meninas estava destrancada.

 Chegando no quarto 403, a porta estava aberta, entre com cautela e encontrei Laura, irmã mais nova de Kelly, que estava na cama dormindo, e Kelly estava no chão mais no canto também desacordada. Ajoelhei-me e tentei acorda-la.

 Desorientada, Kelly acorda gritando e se debatendo e quando viu que era apenas eu ela começou a chorar, daí pude perceber que ela havia tido um pesadelo, assim como eu.

 Tentando acalma-la, tirei ela do quarto para que seu choro não acordasse Laura...Já fora do quarto, ela começou a contar sobre seu pesadelo...

 Ela disse que estava andando pela praça “First November” que é perto do hospital da faculdade, até que foi arrastada por Morgan Vulmort para dentro do hospital... ela disse também que quando entrou no hospital estava tudo diferente, tudo escuro e macabro e a mulher Morgan havia sumido. Ela disse que correu pelo corredor encontrando uma saída, até que algo a puxou para cima, então ela gritou.

 O chocante é que só naquele momento em que ela estava falando que pude reconhecer, o pesadelo que tive também era no hospital... tudo agora fazia sentido...

 Ela dizia mais, disse que viu Paul correndo até ela e tentava a soltar dos arames que a prendiam e a faziam sangrar. Até que o demônio apareceu, ela o descreveu exatamente como o demônio que eu vi em meu pesadelo. O demônio atacou Paul e o matou ali mesmo em sua frente. Foi nessa hora que ela começou a gritar por ele na esperança de que ele estivesse vivo, e foi nessa hora que eu comecei a ouvir seus gritos por Paul e correr até ela. Ela disse que não me viu em seu pesadelo pois quando percebeu que Paul estava morto e que ela provavelmente seria a próxima, ela fechou os olhasse não os abriu até que o demônio a matasse.

 Mas ela dizia que não se lembrava de ter dito nada a mim no pesadelo, ela disse que morrer, ela foi meio que possuída por algo.

 Já mais calmos, fomos procurar por Paul. Kelly tentou ligar para ele mas não conseguia, ninguém atendia, então fomos procurar por ele em seu quarto.

 Corremos até a porta de divisória dos dormitórios, como eu já havia passado por lá e a porta estava aberta eu fui correndo com tudo para ela, mas alguém avia trancado depois que eu passei e. Bati minha cabeça no vidro da porta que se quebrou, caí no chão meio desacordado, mas com o desespero de Kelly, eu pude voltar a ativa rapidamente.

 Corremos até outra saída do dormitório feminino, que levava até a praça “First November”, e também teríamos que passar em frente ao hospital antes de chegar na entrada do dormitório masculino.

 Parecia que alguém estava armando aquilo tudo aquilo para que nós atrasássemos nosso encontro com Paul. Kelly estava apavorada, ela também havia percebido isso.

A faculdade estava completamente deserta. O que dava ainda mais medo.

 Já na praça, começamos a ouvir uns gritos. Parecia Paul. Corremos até ele e já em frente ao hospital, pudemos perceber que ele estava correndo de um demônio, o mesmo que vimos em Silence Montain, um cinza que se rastejava. Vimos Gustavo lá também, ele estava com uma arma e atirava contra o monstro.

 De repente, Kelly é puxada por uma sombra obscura de uma mulher, a mesma mulher de seu pesadelo, Morgan Vulmort! Ela puxava Kelly para dentro do hospital. As grades de entrada do hospital se fecharam no mesmo instante em que ela fora puxada, e impedia de que nós entrássemos até lá!

 Paul correu, atirou contra a grade e quando se deu conta, ele já estava desesperado. Ele ficava se perguntando “por quê”.

 Ficamos parados lá por alguns segundos pensando em como entrar lá.. Fiquei ainda mais preocupado quando Gustavo disse: “Como tiraremos elas de lá?”.Parei por um segundo e pensei “elas”, como assim “elas”?? Desesperei-me. Então perguntei e Gustavo disse que Mary e Emily também haviam sido levadas por aquela mulher maldita.

Agora eu sei que no caso de Emily e Mary foi ainda pior, pois foram raptadas pela própria “Aquela Garota Má”.

 Gustavo e Paul resolveram então me falar o que havia acontecido.

Versão de Gustavo:

 “Eu estava com Emily no corredor do dormitório feminino, até que resolvemos entrarem seu quarto. Quando entramos ela começou a se sentir mal e de repente um celular começou a tocar, parecia com o barulho de celular antigo de Paul que ele havia deixado em Silence Montain quando corria de um demônio, procuramos o celular e percebemos que vinha de uma mochila no canto do quarto... a mesma mochila que Emily havia esquecido em Silence Montain naquela casa, a mochila estava exatamente como ela deixou, toda sua de sangue e rasgada em algumas partes. Ela levou um grande susto e surtou dizendo que eu havia deixado aquela mochila ali de propósito para assusta-la, como em uma brincadeira de mal gosto. Mas eu não fazia ideia. Ela me expulsou do quarto e no mesmo instante Mary chegou reclamando de um pesadelo e de dor de cabeça, ela nem percebeu que nós estávamos brigamos, apenas se deitou na cama, porém ela parecia muito assustada.

Eu e Emily brigamos e decidi que amanhã e voltaria lá para conversarmos, ela estava mal e eu não queria mais confusão.

 Já no corredor, percebi que a porta de divisória dos dormitórios estava trancada e que alguém havia quebrado o vidro da porta. Decidi, então, voltar pela entrada principal do dormitório feminino, mas ao passar pelo corredor do quarto de Mary e Emily eu ouvi gritos,pareciam de medo e dor, ou seja, não era uma simples barata eu pensei. Entrei correndo no quarto e vi, as meninas penduradas por arames farpados no teto, ao lado delas estava “Aquela Garota Má”. De repente elas foram puxadas para fora da janela, eu gritei por elas e tentei correr mas “Aquela Garota Má” me impedia, ela me jogou perto da mochila ensanguentada de Emily, então me lembrei que dentro ela havia guardado umas armas que encontramos usamos para matar uns demônios em Silence Montain. Eu as peguei mas “Aquela Garota Má” já havia sumido do quarto.

 Eu saí do quarto correndo com a mochila e as armas dentro caso fosse necessário e segui os gritos, que logo percebi que eram de Paul”...

 Gustavo havia chegado poucos minutos antes de mim e de Kelly e todos estávamos apavorados.

Paul também resolveu contar o que havia acontecido com ele...

Versão de Paul:

“Eu tive um pesadelo mito estranho hoje logo após os pots, eu sonhei que estava sendo atacado por um demônio horrível em que havia visto na prefeitura de Silence Montein, sonhei também que Kelly estava pendurada em um corredor, sangrando muito... não pude fazer, eu já estava no chão e o demônio estava me devorando, foi horrível...

 Eu acordei no banheiro masculino com um barulho de alguém correndo, eu até achei que fosse Ryan, não pude ver direito, e logo comecei a sentir dores de cabeça muito fortes, eu só conseguia penar em Kelly, eu escrevi no número do quarto dela no espelho e então votei para o vaso vomitar, então vi Ryan saindo correndo do banheiro feito um louco. Resolvi ir ver Kelly em seu quarto, passei pela porta de divisória e pensei melhor que ela talvez estivesse dormindo e eu não queria atrapalhar, então voltei e tranquei a porta de divisória e fui embora.

 Eu então decidi ir no hospital, meu remédio contra ressaca havia acabado e eu precisava de mais, a minha dor de cabeça só piorava.

 Quando estava em frente a praça “First November”, um menininho veio até mim, ele fez silencio com as mão e me assustei, ele me lembrava muito com alguém, mas não sei quem..., ele veio até mim e disse para mim que eu e meus amigos deveríamos ficar longe desse hospital, e disse que nós devíamos ir embora da faculdade o mais rápido possível. Logo percebi que esse menino era o mesmo menino que me ajudou em Silence Montain, porém ele estava diferente um pouco, ele estava mais limpo, mas ainda com muito sangue no corpo.

 Logo lembrei que esse menino apenas aparecia quando os sinos tocavam em Silence Montein e quando tudo se transformava em inferno. Ele havia sumido bem ali diante de meus olhos, e quando me dei conta, um daqueles demônios que se arrastam estava bem próximo de mim, corri, e logo percebi que estava em frente ao hospital, e foi quando vi Ryan, Kelly e Gustavo...”

 Nós pegamos as armas dentro da mochila de Emily e tentamos entrar, mas falhamos pois toda a estrada estava coberta de arame farpado.

 De repente vimos o garoto que Paul havia mencionado vindo em nossa direção, o menino estava vindo de dentro da entrada do hospital, onde nós não conseguíamos entrar.

Paul dizia a ele: “Por favor, nós ajude a entrar aí! Queremos salva-las!”

 Então menino sério atravesso as grades e os arames como se fosse um fantasma. Ele me dava muito medo, quase nem conseguia olhar para ele. O menino retrucou Paul:

–Não adianta vocês passarem aqui, elas já estão praticamente mortas, se entrarem vocês também vão morrer, “AquelaGarotaMá” não vai ter piedade de vocês!- Ele disse sem expressar nenhum sentimento em suas palavras.

–Nós não iremos embora sem elas!- disseram Paul e Gustav quase como um coro.

–Se entrarem, não iram sair vimos,mas se é isso que vocês querem...- O menino disse essa ultima frase olhando diretamente para mim, eu me arrepiei e pensei por um instante, ele realmente parece com alguém que conheço...

 As grades se distorceram e uma passagem foi aberta entre os arames... o menino havia sumido na frente de nossos olhos.

 Paul entrou na frente e depois Gustavo, fui atrás por que eu estava com muito medo de ir, eu queria ri embora, queria esquecer tudo aquilo e ir, eu era um covarde, talvez por isso meus amigo morreram... eu sou um covarde...

 Fiquei olhando para trás o tempo todo na esperança de que aquelas grades não se fechassem, mas elas de contorceram de volta ao normal, nós estávamos presos lá dentro...

 Entramos correndo no hospital, quebramos a porta de entrada. Não era o hospital e sim o meu pesadelo. Alguns demônios apareceram de dentro das paredes, Gustavo e Paul lutaram com bravura e eu, fiquei me escondendo na escuridão, rezando para que eu acordasse no banheiro vomitando novamente.

 Andamos muito pelos corredores, até que ouvimos uns gritos, eram de Kelly. Paul atravessou correndo uma poça gigante de sangue que cobria um corredor e entrou correndo em uma porta que estava semi-aberta em que lá estava Kelly.

 Kelly estava pendurada desacordada sobre arames farpados que retorciam seu corpo e a faziam sangrar, ela não tinha mais forças para gritar de dor.

 Paul enfrentou alguns demônios com sucesso. Logo eu e Gustavo chegamos, todos estavamos assustados, era ainda pior que nos pesadelos, mesmo assim Paul tentava soltar Kelly, nada adiantava.

De repente uma voz suave surgiu de algum lugar daquela sala que parecia ter sido de cirurgia do hospital, os móvel e aparelhos jogados contra a parede abrindo um amplo espaço no centro onde Kelly estava pendurada.

“Aquela Garota Má” aparece de repente...

Ela dizia:

–Ela já está morrendo, não há nada que vocês possam fazer, e agora vocês irão morrer também...”

 Eu assustado, me escondi por trás de umas macas ensanguentadas na parede, enquanto isso Gustavo e Paul acabavam com aqueles demônios, eu era um inútil ali.

 Todos os demônios se foram, e de repente, enquanto Paul tentava soltar Kelly dos arames, um liquido cai do teto sobre Kelly e atinge Paul também, e como uma risada da “Aquela Garota Má” uma chama surge sobre o corpo dos dois, Gustavo fica sem o que fazer. Os dois corpos se debatiam de dor, e o corpo de Kelly cai sobre o de Paul que já estava no chão. Nada adiantava, então puxei Gustavo do quarto e fechei a porta. Gustavo chorava e não queria os deixar, mas ele não conseguia olhar para eles, Paul ainda gritava de dor. Eles morreram. Ficamos parados em frente a porta até Paul dar seu ultimo suspiro...

Entramos de novo no quarto que cheio de fumaça fazia com que nós não parássemos de tossir

Gustavo deu um ultimo adeus a eles e pude ver que apesar de os ver mortos daquela maneira,o dava mais forças para buscar Emily e Mary vivas...

 Ver nossos dois melhores amigos morreram nos tornava ainda fortes e vingativos...

Saímos daquela sala a procura das outras meninas, corremos sem rumo por aquele grande hospital e em fim chegamos em um grande saguão. Lá estava Emily ajoelhada no chão, estava olhando para baixo com um certo receio de olhar para os lados. Tudo ao seu redor era escuridão, e havia uma luz que jazia sobre ela.

Emily conversava com alguém, e nós não entramos de imediato tentando escutar a conversa, ela não parecia tão ferida quanto Kelly, mas sangrava....

Ela conversava com “AquelaGarotaMá”, e eu me lembro perfeitamente o que elas conversavam...

– Você pode me matar, eu não sei por quê não permitiu isso quando nós estávamos lá...- Emily dizia.

–Foi seu amigo quem me procurou! O sentimento entre vocês me chamou atenção. Tudo foi cautelosamente planejado por mim, desde o inicio, suas vias já estavam marcadas para este destino, seriam 6 jovens a me ajudar com a minha vingança sobre aquela cidade...- Disse o diabo...

–Se fomos nós quem a ajudou, por quê quer nos matar então?- Perguntou Emily com esperança.

–Porque vocês já deveriam estar mortos! Eu os salvei! Todos vocês! Vocês acham que podem viajar quilômetros de distancia em uma van inútil e completamente drogados ? Mas se você quiser culpar alguém nessa historia, culpe ELE!- ela disse “ele” e apontou diretamente para mim...

 Eu me assustei e Gustavo olhou para mim com um ar de duvida no rosto, Emily lentamente olhou para trás e me viu e se assustou e disse:

– Vão embora, rápido!!

“AquelaGarotaMá” se transformou em um demônio horrível e rapidamente calou Emily a segurando pela cabeça e começou a falar:

–Ele viajou até Silente Montain quando criança, ele e seus pais, nesta época Loureine ainda era viva e nesta época todos aqueles que estavam lá deveriam ter morrido, até ele...- apontou para mim novamente- ele não devia ter escapado! Deveria estar morto! Então quando Loureine veio até mim pedir vingança e quando vi que uma daquelas pessoas que estavam lá havia sobrevivido resolvi matar-lo parcialmente... Deixem me explicar melhor...


Versão de “Aquela Garota Má”


“Há 14 anos atrás uma menina chamada Loureine que não possuía sobrenome, veio até mim pedindo vingança sobre todos que estavam na cidade de Silence Montain,Ryan Riley estava lá naquela época, mesmo de visita com os pais, ele estava, então como o fogo destruiu a cidade inteira e todos morreram queimados menos ele, eu resolvi mata-lo parcialmente, quer dizer, ele iria ficar vagando naquela cidade nas leis do inferno e dos céus, mas só seu espírito, seu corpo iria viver normalmente fora dali, e resolvi acompanhar a vida desse garoto e utiliza-lo no futuro como precisei, já que a vingança não estava completa pois algumas pessoas daquela cidades tinhas a força divina do lado delas, como quando eu não conseguia entrar na igreja e seu amigo Gustav me ajudou. Aquelas pessoas daquela cidade foram mortas apenas fisicamente por castigo divino, elas sofreram castigo divino e a vingança de Loureine, agora todos aqueles que mereceram, estão no inferno comigo.”

 Eu não entendia porque ele não me matou apenas, teve que fazer tudo isso com meus amigos, e também não sabia porque Deus castigou aquelas pessoas de tal forma.

“Aquela Garota Má” pendurou Emily em arames e ela começava a gritar de dor, foi nessa hora em que eu e Gustavo entramos no saguão e muitos demônios surgiram, Gustavo ficara ferido mas eu estava ajudando no combate desta vez.

 Quando não restava mais nenhum demônio, Gustavo se ajoelhou perto de Emily cujo os arames a soltaram e ela caíra no chão gravemente ferida e quase sem vida. Ele se sentia culpado de tudo,talvez pelo fato de ter feito o pacto com o diabo pra que ele conseguisse entrar na igreja.

Emily chorava, mas não conseguia falar ao certo.

 Uma ultima lágrima escorreu sobre o rosto de Emily e justo a lágrima, foi também sua ultima respiração. Gustavo não aguentava mais, ele a amava e eu tentava acalma-lo, ele dizia:

–Vá atrás de Mary, Ryan, eu vou ficar aqui, não posso mais viver desta forma.

 E antes que eu pudesse responder, ele se deitou no chão ensanguentado ao lado de Emily e disse suas ultimas palavras a ela:

–Me desculpe, mas fiz o que pude. Eu te amo.

 Ele deu um tiro em sua própria cabeça. Eu estava em choque, perdi mais dois amigos e caí de joelhos sobre aquela situação. Eu chorava, até que ouvi a voz de Mary, peguei a arma e fui fazer o que Gustava havia me dito. Corri, nem sei como ainda conseguia ficar de pé e fui buscar Mary...

 Eu estava sem rumo dentro daquele hospital dos infernos,não havia nenhum monstro no meu caminho mas eu estava preparado para eles. Ouvi seus gritos e fui até eles sem medo, eram de Mary e quando abri a porta eu a vi pendurada em uma cruz, seu corpo estava coberto de arames e ela chorava e gritava, havia uma mascara cobrindo o seu rosto e por isso ela não podia me ver. Eu gritei seu nome e fui até ela, mas a cada passo que eu dava ela gritava de dor, até que percebi que seu corpo esticava a medida que eu me aproximava, mas como eu poderia livrá-la de lá sem que eu pudesse me aproximar? Eu tentei acalma-la e disse que ia ficar tudo bem, até que “AquelaGarotaMá” surgiu, mas no corpo de criança, no corpo de Loureine. Ela se aproximou de Mary sem dizer nenhuma palavra, tirou então a mascara que cobria o rosto de Mary, deixou a mascara cair no chão e desapareceu...

Mary chorava e se calou ao me ver e começou a falar:

–Ryan! Você precisa acabar com isso, me mate, eu não vou conseguir sair daqui! Se você matar será mais fácil para nós, não sentirei dor alguma, você precisa atirar em mim e acabar logo com isso!

Então percebi que tudo aquilo não passava de um jogo e que ninguém poderia ganhar.

–Não vou te matar, você enlouqueceu? Não é a Mary, Mary nunca me pediria uma coisa dessas!

Por um descuido eu me aproximei um pouco e ela gritou de dor, então voltei, mas percebi que por mais que eu voltasse, seu corpo não voltava ao normal, e ela chorava.

– Você precisa acreditar em mim, sou eu Ryan! Você precisa acabar com essa dor, tem que fazer o que estou pedindo, é o meu ultimo pedido!

 Eu chorava, eu sabia que era o certo a fazer mas não queria aquilo, eu podia ter simplesmente morrido a 13 anos atrás e nada disso teria acontecido...

 Depois de muita insistência de Mary eu cedi, eu apertei o gatilho e atirei contra Mary, no mesmo instante os arames se soltaram e ela caiu no chão, eu corri até ela e a abracei no chão, eu gritava com todas as minhas forças, eu não sabia o que fazer, até que desmaiei ao seu lado...

 Quando acordei eu estava fora de mim, peguei a arma e Mary e a carreguei comigo para fora, eu estava fazendo as coisas no “piloto automático”, não pesava em nada, apenas fazia.

-Vai ficar tudo bem...

 Eu levantei  Marry para o colo enquanto a “Aquela Garota Má” andava em minha direção, quase não aguentava o peso de Mary e o demônio da risadas e mais risadas -Não pode fugir para sempre, garoto." Eu achei um carro e em seguida, coloquei Mary no carro. Mais risadas... Apenas risadas.

 (CONTINUA...)

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