segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A mulher do vestido negro



Há um tempo atrás, numa noite fria e escura alguém foi brutalmente assassinado próximo a lojinha de doces. Estava um pouco escuro e havia poucas pessoas na cena, mas mesmo havendo pouca gente no local, todos afirmaram que o assassino parecia comigo.

Imediatamente fui levado a corte.

O juiz me questionou:

-O que você tem pra me dizer? Se estavas em outro lugar você não precisa morrer.

Eu fiquei calado, mesmo sabendo que este silêncio fosse minha sentença de morte, não queria falar que estava nos braços da mulher do meu melhor amigo.

Agora nos meus sonhos, vejo uma mulher com um vestido negro, ela visita um túmulo que tem meu nome na lápide e perambula em colinas altas e escuras. Ninguém vê, ninguém sabe, além de mim.

A forca é tão alta e a eternidade esta tão próxima... Eu vejo esta mulher na multidão, imutável, não derrama uma lágrima. Mas agora, quando o vento do norte sopra frio a noite, a vejo com seu longo vestido negro a chorar sobre meus ossos.

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