sábado, 29 de junho de 2013

Por onde será que anda a senhorita lisbeth salander ?

ela agora se esgueira por meandros urbanos,
fazendo refletir os letreiros de neon
nas poças de ácido clorídrico, que repisa
com suas brutas botinas de couro negro;
agora a senhorita salander violenta sexualmente
um advogado sádico já sexagenário para vingar
suas muitas vítimas de pedofilia e tortura;
agora um homem a ama, dama que atende
pela alcunha secreta “vespa”
(da hacker sueca, punk, lésbica);
o drama de salander inclui os estupros ininterruptos
na infância (do próprio pai?) contra os quais, hoje,
a senhorita lisbeth maneja sabres, adagas e berettas,
coleciona estacas de plástico, indetectáveis,
e baionetas de carbono com as quais perfura
o coração do touro ruborizado; comemora com nicotina
e absinto sua trágica predisposição para atriz de operetas
(a absoluta diva de todas as vendetas);
agora a moça frequenta antros de androginia,
contraindo os mesmos sintomas comatosos de stocolmo;
a senhorita salander também consome homens e quando dança,
sua tatuagem de dragão é uma flâmula incandescente
que escapa da pele; agora desaparecida,
os homens que amam as mulheres anseiam por ela,
muito embora aqueles a quem ateou fogo (só para criar
mansos esses seus incêndios de estimação)
com gasolina e o fósforo delicadamente riscado,
pálidos, se sintam ligeiramente mais seguros
(porque trancafiados voluntariamente) em seus
supostamente secretos "bunkers-anti-salander"
 
 

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