terça-feira, 25 de junho de 2013

Sepultada viva



Magda Fernanda, 52 anos, mulher rica de grande poder aquisitivo. Adalberto tinha 45 anos, além de marido, era também administrador da empresa pertencente a Magda Fernanda. Obtinha todos os direitos legais da empresa, era como se fosse dele, mas com Magda viva, isso não era possível, apesar de amá-la a ambição e o dinheiro corrompiam sua mente.

Magda confiava sua vida nas mãos de Adalberto, sempre carinhoso e atencioso, além de marido um grande amigo, a mulher nunca teve o que falar de Adalberto. O homem também escondia um segredo, tinha um caso com a empregada Lurdes. Lurdes tem 36 anos, pele morena e cabelos negros, bem educada aparentava ser o que não é. Tratava-se de uma bruxa, tinha vasto conhecimento sobre forças além da compreensão humana.

Adalberto sabia de suas habilidades. Com quinze anos de casado, há oito vem tendo um caso com a empregada. O homem já estava cansado de trabalhar, apesar de ter uma boa conta bancaria, queria ser um bilionário, não se contentava apenas em trabalhar pra ganhar o seu, queria o dinheiro de Magda, ela teria que sumir logo. Estava apaixonado por Lurdes. Magda foi até o centro da cidade como de costume fazer compras, Adalberto viu a empregada na sala limpava as cortinas, ela percebeu o olhar do patrão, se insinuou levantando a saia e mostrando o fio dental vermelho, tinha um corpo escultural, Adalberto ficou louco, queria dar uma antes de ir trabalhar, logo mais a tarde.

Desceu às escadas e se aproximou de Lurdes, logo passou a mão em sua bunda. Lurdes já estava bem excitada, adorava transar com Adalberto. Nem se importaram, foi na sala mesmo, como era sábado, não tinha mais nenhum empregado na mansão, só moravam ali, Magda, Adalberto e a empregada.

Após o sexo se sentaram no sofá, Adalberto fez a proposta.

- Já ta na hora de mudar de vida Lurdes, quer ser um empregada a vida toda? - Perguntou Adalberto enquanto esticava um carreira de cocaína. Era viciado, Lurdes o levou as drogas, além de bruxa era uma viciada.

- Claro que não - Respondeu Lurdes enquanto usava da droga.

- Então é o seguinte, você terá de amaldiçoar a desgraçada. - Ela deve morrer lentamente, uma doença sei lá, assim ela vai assinar o contrato deixando a herança pra mim. Magda não tinha parentes ou filhos.

- E eu fico como nisso? - Indagou Lurdes.

- Nossa as vezes você se posta como uma burra. - Disse Adalberto alterado, a droga já estava fazendo efeito.

- Olha como fala animal! - O que devo fazer pra ajudar?

Adalberto segurou com as duas mãos o rosto de Lurdes e lhe pediu.

- Faça uma magia... Uma maldição! Que venha desgraça e doença sobre ela, que posso mexer apenas uma das mãos pra assinar a procuração. - Parte da fortuna será sua, poderemos viver juntos Lurdes.

- Ta bom... Será uma coisa difícil, preciso recolher alguns matériais na casa de minha velha tia. - Precisarei de fios do cabelo da vadia e um pouco de sangue também.

- Deixa isso comigo. - Respondeu Adalberto se levantando do sofá. - Pegue dois dias de folga e resolva o que tem pra resolver, vamos agir logo.

O homem se levantou deu um beijo em Lurdes e foi trabalhar.

Magda chegou horas depois de carro, quando saia do carro, avistou a empregada deixando a casa.

- Ei! Ta indo pra onde Lurdes...

Vadia; Pensou Lurdes, ela odiava a patroa.
- Seu Adalberto me deu dois dias de folga, minha tia está muito doente, vou cuidar dela e volto segunda á noite.

Magda balançou a cabeça, dando sinal que entendeu, logo depois adentrou em sua mansão.

Lurdes enfim chega na casa de sua tia Zélia, dominadora das artes das trevas há mais de duas décadas. Ela ouviu o bater na porta e abriu.

- Olá querida - Disse Zélia desconfiada - Que coisa é essa escorrendo por seu nariz. - Anda se drogando ainda né.

- Ai tia deixa isso comigo, é problema meu... - Uma hora eu paro.

- Ta bom; Entre.

Lurdes se sentou no sofá, Zélia foi preparar um café, perguntou da cozinha mesmo.

- Depois de tanto tempo, o que quer aqui?

Lurdes caminhou de encontro até a cozinha.

- Bom eu preciso das ervas sagradas, para o Zercov.

- Zercov! - Zélia se assustou e derramou o café. - O que pretende com isso, sabe que é perigoso de mais, essa é uma das piores maldições.

- Eu sei tia, quero as ervas só isso! Pago bem.

Zélia meia assustada nem perguntou nada, ela sabia da força da sobrinha, caminhou até o porão de sua velha casa e pegou as ervas.

- Aqui estão Lurdes, cadê o dinheiro?

- Aqui estão; Duzentos reais, já está de bom tamanho. Pegou as ervas e foi embora.

O celular de Adalberto toca, o homem atende. É Lurdes.
- Fala Lurdes, já viu aquilo?

- Sim; venha até o galpão abandonado, aquele da rua Celeste.

- Ta bom daqui uns quarenta minutos eu chego. - Consegui o sangue e o cabelo de Magda. Disse que era para um exame. A tola acredita em tudo que eu falo. - Debochou.

- Muito bom amor, até logo.

- Até.

Eram quase vinte e uma horas.Oo farol da Mercedes-Benz clareou a entrada do velho galpão, era Adalberto. Antes de abrir a porta do carro, puxou de seu compartimento secreto uma pistola tauros 9mm. Estava desconfiado, um homem rico naquele local poderia ser uma presa fácil demais.

logo na entrada avistou Lurdes, viu também três mendigos se drogando com crack, todos sentados ao lado de Lurdes, o chão estava marcado por símbolos satânicos, velas brancas era a única fonte de luz, o cheiro da carcaça do velho cachorro era quase insuportável. Tapando o nariz com uma mão, na outra a pistola, Adalberto caminhou e perguntou a Lurdes.

- O que é isso Lurdes? - Quem são esses mendigos!

- Calma amor, não queria o ritual para amaldiçoa-la? - Ainda bem que trouxe a arma, será mais fácil.

Dois dos mendigos se assustaram.

- Arma pra que?

- Calem a boca seus vermes! - Gritou Lurdes. logo em seguida, puxou a arma das mãos de Adalberto e disse apontando a arma para os mendigos.

- Esse é leproso, esse é surdo e mudo, e esse é cego.

Disparou três vezes, acertando a cabeça dos pobres coitados que caíram deitados ao chão, o sangue escorria e se misturava. Adalberto estagnado indagou.

- Que porra é essa! Era pra matar só a Magda, isso vai dar merda porra!

- Calma amor. Você não queria o ritual, bom... As desgraças dos mendigos, vão cair nela, sofrerá até os últimos minutos de vida. - Agora me de o cabelo e o sangue.

Adalberto a entregou, Lurdes começou o ritual macabro, misturou o sangue de magda junto a o dos mendigos, amarrou os dedos dos três com o fio de cabelo e jogou as ervas, começou a profanar palavras que só os demônios entendiam.

Adalberto começou a tremer, o vento invadiu o local, às telhas tripudiavam com a força do vento, sons diabólicos podiam ser ouvidos no velho galpão. A nevoa negra saiu dos corpos e subiu aos céus. Foi de encontro a Magda, que estava tomando banho no momento, enquanto lavava os cabelos de olhos fechados. Não notou a nevoa macabra adentrar em seu corpo, sentiu apenas um calafrio.

- Acabou - Perguntou Adalberto tremolo. Nunca havia presenciado momentos tão insanos na vida.

- Acabou sim amor - Respondeu Lurdes rindo da covardia do amante. Vamos pra casa seu covarde.

Adalberto chegou cautelosamente em casa, seu carro importado ajudava, não fazia muito barulho. Eram vinte e três horas, Lurdes saiu do carro e foi para seu quarto, queria dormir estava exausta, a maldição rogada a Magda supriu suas forças. Adalberto também foi se deitar, subiu as escadas ainda assustado, adentrou no quarto onde Magda adormecia, tomou um banho e deitou-se ao seu lado.

Pela manhã Adalberto acorda aos gritos de Magda.

- O que foi magda.
- Meus Deus! Meus cabelos estão caindo, olha só essas feridas em meu corpo. - Relatou Magda aos prantos.
- Nossa amor, temos que chamar um médico. Adalberto ligou para o doutor Morais, um velho conhecido do casal.

Meia hora depois, Morais chega. Adalberto atende a porta.

- Olá doutor, rápido suba comigo.

Ao chegar no quarto Morais se espanta, vê a linda mulher desfigurada por inúmeras feridas, seus olhos estavam esbranquiçados e parte de seus cabelos haviam caído.

-Meu Deus! Por que não me disse que era tão grave Adalberto - Bradou Morais. - Rápido Adalberto, chame uma ambulância.

Magda clamou ao doutor. - Eu não consigo enxergar, meu Deus! O que está havendo comigo doutor. - Essas feridas doem muito. Magda chorava muito e sentia dores inimagináveis.

O médico tentou acalmar Magda, mas ela não respondia, não conseguia falar, apenas a audição ainda funcionava. Após alguns minutos pode-se ouvir o barulho da sirene, finalmente a ambulância chegou, Magda foi carregada até o carro. Chegou inerte ao hospital, após alguns exames, Adalberto foi chamado a sala do médico Eduardo.

- Sente-se por favor seu Adalberto, não tenho boas noticias. - Não sei como explicar, sua mulher está com lepra, está totalmente cega e muda, sua audição em breve se perderá, constatamos um câncer avançado em seu pulmão. - Infelizmente não tem como operar, eu estimo algo entre dois meses de vida no máximo.

Adalberto caiu aos prantos. Claro que tudo mentira, com o choro falso perguntou ao médico.

- Será que ela pode permanecer em casa? Será melhor...

- Sim senhor. Eu iria sugerir isso, vou receitar alguns analgésicos. - Logo depois pode levar sua mulher pra casa. - lamento muito.

A ambulância levou a pobre Magda para casa, Adalberto cuidava atento de sua esposa, deixou até de trabalhar, o maldito. Lurdes estava na casa de sua tia até tudo se acertar, Adalberto sugeriu assim. Magda ainda conseguia gemer de tanta dor, os medicamentos não surtiam efeito, Adalberto então a perguntou.

- Meu amor? Se estiver me ouvindo mexa os dedos da mão.

Magda moveu os dedos confirmando ao marido. Adalberto então lhe disse:
- Amor como sabe irá morrer em breve, sabe que te amo, precisa assinar este documento, sei que não é a hora mais apropriada, mas assim deve ser feito, criarei um centro de ajuda aos doentes com o dinheiro e muitos projetos.

Uma lágrima percorreu o corpo pútrido de Magda, Adalberto entregou a caneta, em seus últimos momentos de força, conseguiu assinar o tal documento. Adalberto sorriu maquiavélico, mas estava muito mal, não conseguia mais ver a mulher naquele estado, estava com pena, mas não arrependido.

Passado uma semana Magda ainda apodrece na cama, não conseguia mais ouvir nada, perdeu a audição. Não conseguia enxergar ou falar, o câncer estava avançado destruindo a mulher, as dores da lepra eram demais. Adalberto não queria nenhum médico na mansão, ao subir as escadas viu a mulher deitada sobre a cama, pôs uma luva em sua mão e tocou em seu pescoço. Magda estava morta.

Adalberto ligou para Lurdes. Minutos depois ela chega, ambos sobem ao quarto, na frente do cadáver comemoram o plano bem sucedido.

- Viu só amor a desgraçada em fim morreu - Gargalhava Adalberto.

Lurdes se aproximou e disse para a defunta.

- Sofra desgraçada.

Adalberto indagou.
- Ela já esta morta, ta doida Lurdes!

Lurdes olhou firme nos olhos de Adalberto e lhe revelou.
- Ela está presa a carcaça de seu corpo, agora pode ver e ouvir tudo, além de sofrer pelas doenças, sentirá o sufoco da terra no caixão e os vermes adentrarem sua carne, sofrerá até apodrecer e se tornar apenas ossos.

- É serio - Perguntou perplexo.

Lurdes o mandou calar a boca. Adalberto ligou para a casa funerária, após quase uma hora o carro chegou, o corpo de magda foi levada para autopsia.

Na sala o legista abriu o saco onde se encontrava o corpo pútrido de Magda, o colocou na mesa e começou a retalhar seu abdômen, Magda sentia a lamina afiada do bisturi percorrer seu corpo, a dor era inexplicável. Magda morta com a alma presa ao corpo, sentia toda a dor de sua carne. Se fosse para o céu, já teria passado pelo inferno, que é passar por essa crueldade, presa ao corpo não conseguia nem sentir raiva do maldito casal de amantes, de tanta dor que sentia.

No dia seguinte o caixão fechada. As feridas estavam horrendas. Após o velório, mesmo dentro do caixão, Magda sofria com a falta de ar, sufocava como se estivesse viva, em meio a dor e a desgraça podia ver seu marido e a amante jogando as flores em seu caixão.

Enquanto o caixão se abaixava terra a dentro, Magda indignada profanou.

- Eu os amaldiçoou! - Eu não mereço isso meu Deus! - Sofram como eu sofro!

O caixão foi abaixado, a terra cobriu Magda que sofrera durante meses até sobrar apenas os ossos.


FIM

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