sábado, 7 de dezembro de 2013

A casa da floresta

O cruzador "Vimiravayu" emergiu da sombra de uma imensa lua e entrou em órbita do terceiro planeta. De pé na ponte de comando, o comandante Muhara apreciava a visão da curvatura azul e branca que se estendia na tela frontal, quando teve a atenção desviada pelo Nart que lhe servia como oficial de ciências:

- Varredura iniciada, comandante Muhara.

- Prossiga - respondeu.

- Estamos detectando grandes formas de vida. Na superfície, sob as águas e nos ares.

- Algum indício de atividade tecnológica?

- Nada por enquanto. Também não captamos nenhum tipo conhecido de telecomunicação...

- Parece ser um excelente candidato para colonização - ponderou Muhara. - E ainda temos o segundo planeta, que podemos terraformar.

- Sim, comandante.

O "Vimiravayu" completou sua primeira órbita em torno do planeta quando o oficial de ciências tornou a chamar o comandante:

- Comandante Muhara, detectei atividade tecnológica no continente abaixo de nós!

- Que espécie de atividade?

- É um ponto bem pequeno, onde há uma fonte de energia desconhecida e manufaturados. Não posso ser mais específico por conta da distância.

- Seria uma nave espacial?

- Difícil dizer, senhor. Aparentemente, não.

- Prepare uma equipe e desça para ver do que se trata.

- Sim senhor.

O Nart saiu da ponte de comando e foi reunir um grupo de descida. Instantes depois, acompanhado de uma técnica Nart e dois guardas Uajig armados até os dentes, embarcou num módulo de pouso. O pequeno veículo atravessou a atmosfera densa do planeta e minutos depois, sobrevoou o ponto detectado em órbita. Estava localizado bem na fronteira entre uma vasta floresta com árvores milenares e uma extensa savana onde viam-se imensas manadas de herbívoros de grande porte.

- Me diga que eu não estou vendo o que eu estou vendo - disse a técnica, que pilotava o módulo.

- Eu estou vendo a mesma coisa - respondeu o oficial de ciências.

Abaixo deles, um chalé inglês de dois andares, cercado por um gramado deslumbrante e uma cerca baixa caiada de branco, erguia-se próximo a manadas de auroques, rinocerontes lanudos e mamutes, que pastavam pacificamente sem lhe dar a menor importância. Enquanto pairavam silenciosamente, a 100 m de altura, a porta da frente do chalé abriu-se. Um homem apareceu, e acenou para eles.

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