quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Toca Discos


 
Travei nos confins do tempo, junto com a agulha de meu velho toca discos. Não, não falo como o tolo, que despenca do precipício e diz em ultimo instante, seguro na queda:
— Eu não me arrependo de nadaaaaaaaaaaaaaaaaa...
 Eu tenho um abismo, e a agulha presa no toca discos trava com ela minha pobre alma suja...
 Me diz do vento, dos meus pecados simples como eu, da ousadia dos dias de outrora... Me diz daquele dia de chuva, de nosso primeiro beijo e das promessas vazias:
— Eu não me arrependo de nada, meu grande amor – Foi o que você me disse em lagrimas, de malas feitas, pronta para sair de minha vida.
 Eu juro que me arrependi! Foi o abismo criado por você, você pulou dele, em direção as incertezas de novos dias... Meu grito de dor ecoou nos confins da solidão...
 Ouço o toca discos, a canção de amor de um dia de chuva, quando o disco travou e os ignoramos, pois tínhamos que nos despir... Estou travado naquela musica, junto do toca discos, no abismo criado por você...
 
Já me acostumei com a tua voz
Com teu rosto e teu olhar
Me partiram em dois
E procuro agora o que é minha metade

Quando não estás aqui
Sinto falta de mim mesmo
E sinto falta do meu corpo junto ao teu

Meu coração é tão tosco e tão pobre
Não sabe ainda os caminhos do mundo

Quando não estás aqui
Tenho medo de mim mesmo
E sinto falta do teu corpo junto ao meu

Vem depressa pra mim
Que eu não sei esperar
Já fizemos promessas demais
E já me acostumei com a tua voz
Quando estou contigo estou em paz
Quando não estás aqui
Meu espírito se perde, voa longe

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