domingo, 22 de dezembro de 2013

Meu Primeiro Amor (História vencedora do torneio de escritores)

Amor, eu sinto saudades dos nossos dias felizes. De quando eu dizia uma bobagem qualquer e você sorria me chamando de bobo. Dos seus beijos quentes nas noites frias do inverno... Sinto falta de quando o mundo se acabava em planto enquanto eu lhe tinha debaixo de meu cobertor, e do calor de nossos corpos, nos amávamos como da primeira vez.
 Sinto saudades de sua inocência absurda, de quando você me contava de coisas pequenas, e eu as ouvia como a coisa mais importante do mundo, de quando ria de minhas piadas ou quando cantávamos juntos canções vazias... Meu amor sinto falta de quando a gente trocava caricias e nos declarávamos sem vergonha ou medo... Sinto falta sim, meu amor, mas eu me adaptei a minha nova condição...
 Depois que te perdi para o mundo e eventualidades do dia a dia, eu encarei a vida de uma forma diferente, aprendi com o coração partido, ouvindo o grande poeta cantar: “Porque quando eu jurei meu amor eu trai a mim mesmo... Hoje eu sei, que ninguém neste mundo é feliz tendo amado uma vez...”
Ele estava certo, eu sou feliz ao meu modo, mas seu nome ainda ecoa em minha memória, me pego me traindo, com fleches rápidos e longos de nossos dias... Quando ouço alguém me dizer que você ainda diz que me ama, eu ignoro, faço jogo duro e nego, digo que nunca mais... Nunca mais, meu amor...
 Lembro-me do dia do fim, do dia em que eu chorei, do dia em que desmaiei em dor eterna e me desesperei dentro de um banheiro publico. Expelir um amor é como arrancar um demônio! Você nunca volta do jeito que era.
 Travei uma batalha contra meu subconsciente, varias vezes pensei em voltar, mas eu segui em frente, firme e forte na decisão a qual achei ser segura! E era. Hoje eu estou adaptado a esta nova condição, eu te amei de verdade, minha menina, mas agora eu sou feliz ao meu modo... Te amei tanto e de uma forma tão avassaladora que em dado momento, ignorei leis de homens, de Deus e até as minhas próprias! Eu me desmanchei em detalhes particulares de nós dois e me descobri meu pior inimigo, me concentrei no tema “tudo passa”, e quando dei por mim, tudo passou.

 Eu ainda te amo, meu amor, mas hoje eu posso lhe dizer que sou um homem diferente de antes. Hoje sou mais forte e mais centralizado em minhas idéias, não sou mais um homem “mal resolvido”, sou forte, sou fiel a mim e a meus ideais, você também agora vive sua vida, e é ai que quebramos a regra que criamos: “Jamais nos afastaremos um do outro, aja o que houver!”
 Aja o que houver... Aconteceram tantas coisas... Eu encontrei alguém, você encontrou alguém... Nos perdemos em tantos erros sujos e baratos, e sempre que nos vemos face a face, nos tratamos com respeito, como amigos. Foi tudo tão rápido que nem vi! Acho que este foi o problema, eu nem vi, alias, nós nem vimos... Você não me perdoou de meu luxo particular, eu nunca te perdoei de seu desespero... Fomos dois tolos, dois desajustados, tentando nos encontrar no mundo de um outro alguém!
 Eu me encontrei, mas paguei caro, me encontrar custou lhe perder. Eu te perdi e agora, mesmo que tudo mude, mesmo que todo o universo conspire a nosso favor, não há volta, não existe recomeço para nós, meu amor! Quando ouso pensar em nossa volta, me vem a palavra “irreversível”, criei este bloqueio mental para eventuais recaídas, e hoje ele me é de grande valia pra me concentrar em meu novo mundo.
 Eu sei que você me ama ainda, meu amor... Vejo em seus olhos, em sua boca, em suas palavras doces quando as mesmas são dirigidas a mim, mas tudo acaba meu amor... Tudo acaba e entre nós também acabou... Não há mais voltas, nem recaídas, nem recomeços e nem tentativas... Agora só existe o vazio, que para nossa sorte, existem outras pessoas para preenchê-lo.
 O tempo cura tudo, as dores, as cicatrizes, as mentiras, de fato, ira curar nós dois...

 Sai de mim / Que eu não quero mais saber de você / Esse “eu te quero” já não me convence mais / E agora já nem me incomoda / Sai de mim / Não gosto de ser rejeitado / E agora não tem volta / Eu pego o bonde andando / Você pegou o bonde errado / Sua curiosidade é má / E a Ignorância é vizinha da maldade / E só porque eu tenho não pense que é de mim / Que você vai ter e conseguir o que não tem / Só estou aberto pra quem SEMPRE foi do bem / E agora estou fechado pra você
NÃO NÃO NÃO VENHA PRA CÁ! QUE EU NÃO QUERO MAIS SABER DE VOCÊ / NÃO ME PROCURA NÃO / VOCÊ NÃO VAI ME ACHAR / VOCÊ NÃO CONSEGUE ME ENTENDER / 


“Nada mais me importa... Qualquer um pode ver... Nada mais importa... Nada mais importa, pra mim...
De qualquer forma, que o vento sopre...”

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