quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pergunte ao meu medo


 Das escolhas que fiz, pouco me lembro. De meus dias agitados, das soluções praticas e instantâneas... Nada importa, não mais. Nada, nada e nada...
 O que eu fui? Fui bem isto, um nada. Pergunte ao meu medo, que se atreveu ao precipício! Pergunte ao meu dom de existir e de negar a esperança! Faça essa sua pergunta ridícula a minha covardia, a minha doce estupidez, esta, tão segura em caminhos tortos. O precipício, a escolha mais sabia que fiz nesta e em todas as vidas que veio e viram!
 Acelerei meu carro, que caminhou torto, rumo a minha decadência e falta de princípios...
 Não, não pergunte mais ao meu medo, pois ele nada pode dizer sobre mim...  Meu carro velho despenca no desfiladeiro, a verdade do que fui e sou vem à tona... As ferragens se retorcem dentro do meu eu, que sempre negou a tudo... Elas  preenchem minha carne e me devoram voraz... A explosão, o fogo e a condição me purificando das tolices que inventei...
 Pergunte ao meu medo, pois ele ainda ecoa nos confins de minha alma suja...

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