sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

As borboLETRAS

Nascem geralmente no jardim de papel
Engana-se quem pensa que elas nascem larvas
E depois desenvolvem-se borboletras
Elas nascem borboletras
E juntas, transformam-se em palarvas
Por natureza, é só escrever
No plural que ganham-se asas
Algumas borboletras não vivem
Sem seu tio (~), por isso necessitam 
Da existência dele até sua morte
A morte das borboletras
Só acontece quando o poeta
Fica em silêncio pelas mãos
Ora, enquanto houver poetas
Que escrevem, as borboletras
Viverão para alegrar o mundo
A cor das borboletras se manifesta
Pelo sentimento que cada borboletra proporciona
Existem borboletras que migram
Longas distâncias depois de seu nascimento
Mas seu papel principal não é voar
É fazer os outros voarem
Como as almas despedaçadas
Recentemente vagando pelo jardim
Que construí no papel por meio de minha inspiração
Me deparei com várias borboletras
E todas estavam preocupadas
Então comecei a escrever, escrever, escrever...
Para ter um contato mais intimo com todas elas
O bando estava dividido por vírgulas em suas preocupações
Algumas estavam preocupadas que o poeta
Estara confundindo as borboletras com as mariprosas
Outras estavam preocupadas com poetas
Já que a existência da borboletra é totalmente
Dependente do poeta
O bando começou a protestar em minha inspiração exaltando:
"Queremos ser usadas respeitosamente pelas pessoas"
Queremos ser usadas em momentos mais felizes do que tristes"
Queremos ser usadas para agradecimentos
Queremos ser usadas, muito usadas no amor
Nos doe para os solitários
Nos envie para outras cidades para declamar o amor
Nos dê atenção em momentos difíceis
Nos escute com o coração
Não nos despreze nem quanto estiver com a intenção
De fazer uma coisa errada, basta um conjunto de 
Borboletras se transformando em palarvas certas
Para que a maldade não viva
Use as mãos para fazer o bem
Use as mãos para fazer a gente existir
A gente existindo faz o ser humano existir
Use as mãos para fazer a gente respirar e viver
Não para puxar o gatilho
Não para bater 
Não para segurar drogas
Não para alastrar a maldade"
Depois deste protesto justíssimo sob minha inspiração
As palarvas que eu preciso escrever
Para favorecer as borboletras depois deste protesto
É que, as borboletras querem que os poetas, os homens,
as pessoas ao escrever, declamar, falar, use da forma do bem,
use da forma certa, pois palarvas certas tem o poder
De fazer uma alma despedaçada voar
Dê o máximo para construir o jardim mais belo dentro de seu coração
E aí as borboletras o habitarão
Sairão pela boca ou pelas mãos 
Quando forem voar e fazer voar os outros voarem pelo mundo
As únicas coisas que não precisam de asas 
Para voar são as borboletras e a imaginação do homem
Mas quando as borboletras escritas no plural, ganham-se asas
Então, não seja egoísta, use as borboletras no plural 
Para ganharem asas e assim não fazer você voar singularmente,
mas fazer com que todos voam e possam fazer outros voarem.

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