sábado, 14 de dezembro de 2013

O baú macabro

Pedro e Carlos estavam fazendo uma viagem de carro até à casa de seus parentes. Estavam na estrada a mais de duas horas e nada de encontrar um rastro de civilização. Queriam encontrar qualquer pessoa para pedir informação, mas não havia ninguém naquele fim de mundo. Estavam perdidos em um lugar deserto e isolado.  Já estavam perdendo as esperanças quando encontraram um estranho velho andando em uma bicicleta. O velhinho estava vestido com camisa social branca, paletó preto e calça. Usava também um chapéu velho.

Pedro e Carlos tentaram parar o velho, mas assim que o sujeito viu os dois no carro pedalou à bicicleta rapidamente e entrou no meio do mato. Os jovens foram insistentes e decidiram seguir o idoso. Aceleraram o carro e entraram no matagal. Viram o assustado velhinho entrando com à bicicleta dentro de uma caverna. Pedro e Carlos se olharam e acharam aquilo tudo muito bizarro, mas resolveram seguir o estranho homem e entrar na caverna. Sairam do carro e logo entraram na caverna andando. Chamaram pelo velho e diziam que estavam querendo apenas informação, mas ninguém respondeu. Sentiram um estranho cheiro de enxofre dentro da caverna, mas não deram importância, continuaram andando. Depois de caminharem um bom tempo, acabaram encontrando no final da caverna um enorme e antigo baú.
Pedro e Carlos resolveram abrir o baú. Pegaram uma enorme pedra e conseguirem com esforço quebrar o velho cadeado. Quando abriram o baú ficaram surpresos e boquiabertos com o que viram. Ele estava cheio de dinheiro. Havia apenas notas azuis, notas de cem reais. Era tanto dinheiro que Carlos acreditava que havia mais de cem milhões. Pedro sorriu de uma orelha a outra. Começou a fazer planos, começou a sonhar. Dizia que iria comprar uma mansão e um carro novo. Dizia que iria construir até mesmo uma piscina de quinhentos metros e até mesmo uma lancha. Carlos não gostou muito da ideia e lembrou que o dinheiro pertencia aos dois. Pedro não gostou daquilo. Disse que se não fosse por ele não teriam encontrado o dinheiro.
Então, naquele momento, um ficou com raiva do outro, um achava que tinha mais direito que o outro. Pedro ficou tão possesso que acabou pulando no pescoço do amigo e começou a enforca-lo com as duas mãos. Carlos não conseguia respirar, sentia o ar sair aos poucos de seus pulmões. Tentou segurar em algum objeto para se defender, mas não conseguiu. Pedro viu uma enorme pedra e logo a pegou, e com ímpeto lançou o objeto na cabeça do amigo. O  crânio de Carlos foi esmagado e logo o sangue do pobre coitado espalhou-se pelo chão frio.
Pedro sorriu de uma orelha a outra. Tinha o baú de dinheiro agora só para ele. Entretanto, precisava ser rápido, precisava logo sair daquela caverna e ir embora para não ser descoberto.
Então, sem demora, Pedro pegou o baú e arrastou o pesado objeto para fora da caverna. Quando saiu da caverna dirigiu-se até o carro, abriu o porta-malas e colocou o baú ali. Entrou no veículo e foi embora daquele lugar sem olhar para trás. Nem mais lembrava-se do amigo morto.
De certo modo, o assassino estava feliz. Tinha se livrado de Carlos e agora tinha o dinheiro só para ele. Era só isso que lhe interessava. Depois de andar bastante pela estrada, Pedro parou o carro em um hotel barato de beira de estrada. Estava tão contente com o dinheiro que só pensava em descansar. Sem demora tirou o baú do porta-malas e o arrastou por dentro do hotel. Disse ao dono do estabelecimento que aquilo tudo eram suas roupas. O dono do lugar ficou desconfiado, mas não fez perguntas. O novo milionário logo pagou ao homem e foi para o seu quarto.
Quando chegou lá, tirou o seu casaco e sua roupa em estado de euforia. Mal podia acreditar na sua sorte. Agora ele era um homem rico. Estava tão feliz que decidiu abrir o baú para dar mais uma olhadinha no dinheiro. Quando Pedro abriu o velho baú ele ficou gelado. Seu coração batia acelerado e suas mãos tremiam sem parar. Teve uma horrivel surpresa. Era o cadáver de Carlos banhado de sangue e com à cabeça deformada. O dinheiro não estava lá, havia sumido. Pedro ficou horrorizado com o cadáver do amigo e se encolheu chorando em um canto do quarto, totalmente assustado, já beirando a loucura. De repente, à porta do quarto abriu-se. Era o velho de paletó e chapéu negro que ele tinha visto entrar na caverna.
O velho aproximou-se de Pedro sorrindo. Veio para a luz e o assustado homem viu que os olhos do velho eram totalmente negros. Seus dentes eram pontudos e saltados para fora da boca. Pedro ficou abismado com a figura. Estava tomado pelo medo e pavor, e perguntava a si quem era aquele velho.

O bizarro idoso sorria sem parar. Pedro colocou a mão no ouvido tentando não escutar aquela risada satânica, mas não adiantou.
O velho apenas disse que veio buscar o baú. Pedro já perdendo a sanidade e a razão perguntou quem era o velho. O idoso colocou a mão no chapéu e o tirou. O assassino arrependido viu que na testa do velho existia uma tatuagem, eram números. Não conseguiu ver. Mas quando o diabólico ser aproximou-se dele, o jovem infeliz viu que os números eram 666.
Pedro entrou em surto e nunca mais recuperou a razão. Morreu louco e sozinho naquele velho quarto de hotel. Soltou o seu ultimo grito de horror e pavor, e desejou no fundo do seu coração nunca ter encontrado aquele sinistro baú.

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